Notícia

Crescimento das áreas de petróleo e gás nos EUA pode aumentar emissões que afetam o clima

Novas emissões são impulsionadas pelo “boom” de petróleo e gás da região e uma fração substancial vem de grandes instalações industriais, como novas plantas petroquímicas, terminais de exportação de gás natural liquefeito e refinarias.

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Fonte

Universidade do Texas em Austin

Data

terça-feira, 21 janeiro 2020 18:45

Áreas

Energia. Engenharia Ambiental. Mudanças Climáticas.

Novas pesquisas da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos, indicam que o crescimento industrial nos setores de petróleo, gás e petroquímico nas regiões da Costa do Golfo e Sudoeste dos Estados Unidos poderá gerar mais de meio bilhão de toneladas de emissões adicionais de gases de efeito estufa por ano até 2030. Esse número é equivalente a 8% das emissões anuais totais dos EUA atualmente.

Essas emissões são impulsionadas pelo “boom” de petróleo e gás da região e uma fração substancial vem de grandes instalações industriais, como novas plantas petroquímicas, terminais de exportação de gás natural liquefeito e refinarias. A grande maioria dessas emissões virá do Texas e da Louisiana. Os resultados do estudo foram publicados recentemente na revista científica Environmental Research Letters.

Este estudo vem na sequência de um novo relatório do Environmental Integrity Project (EIP), que conclui que o desenvolvimento da indústria, além da perfuração, poderia liberar até 227 milhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa até 2025. Embora o relatório do EIP considere apenas as emissões permitidas, os pesquisadores da Universidade do Texas consideraram as futuras emissões – permitidas e não permitidas – até 2030.

“As emissões da produção de petróleo e gás são bem conhecidas, mas nossa análise constata que mais de dois terços das emissões futuras virão de fontes intermediárias e secundárias, incluindo petroquímicas, instalações de exportação de gás natural liquefeito e refinarias. Essas fontes representam uma quantidade bastante grande para a qual os formuladores de políticas e desenvolvedores de modelos do clima parecem não estar considerando atualmente”, disse o Dr. Andrew Waxman, professor de Economia e Políticas Públicas da Universidade do Texas em Austin e co-autor do estudo.

Até 2030, o estudo constatou que 541 milhões de toneladas de CO2e* (CO2 equivalente) adicionais poderiam ser emitidas a cada ano a partir de instalações industriais e projetos de infraestrutura que foram recentemente construídos, estão em construção, podem ser construídos ou são instalações não permitidas na região do Golfo. Essas emissões são apenas da combustão no local e não incluem emissões externas.

(* CO2e é uma medida usada para comparar o potencial de aquecimento global de vários gases de efeito estufa convertendo quantidades de outros gases na quantidade equivalente de dióxido de carbono.)

“Se esses projetos avançarem sem mecanismos para reduzir suas emissões, a redução das emissões nos EUA poderá se tornar ainda mais difícil”, explicou o Dr. Andrew Waxman.

As instalações petroquímicas (40%) são a maior fonte de novas emissões. As emissões de gás natural liquefeito (GNL) representam cerca de 20% e 22% das emissões projetadas serão provenientes de instalações já construídas ou em construção.

“Nossa metodologia utilizou uma análise simples, com base em dados públicos, e ficamos surpresos com a grande quantidade de emissões dessas fontes industriais que não recebem muita atenção, como o craqueamento de etano e terminais de GNL”, disse o Dr. Benjamin Leibowicz, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Texas e co-autor do estudo. “Essas instalações podem operar por décadas, por isso é fundamental que entendamos o impacto em longo prazo que elas terão nas emissões de gases do efeito estufa do país e é por isso que uma segunda fase deste trabalho abordará soluções para reduzir essas emissões”.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Texas em Austin (em inglês).

Fonte: Victoria Yu, Universidade do Texas em Austin. Imagem: Divulgação.

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