Notícia
COP26 está ameaçada, alerta Guterres aos países desenvolvidos
Segundo o chefe da organização, o atual comprometimento dos países ainda condenam o mundo a um aumento “calamitoso” de 2,7º C da temperatura global
Ron Lach via Pexels
Fonte
Nações Unidas Brasil
Data
terça-feira, 2 novembro 2021 07:00
Áreas
Mudanças Climáticas. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Políticas Públicas. Sustentabilidade.
Há um “sério risco” de que a Conferência Climática da ONU (COP26) em Glasgow, na Escócia, ‘não dê certo’, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, a jornalistas no último dia 29 de outubro em Roma, pouco antes da Cúpula do G20 das principais nações industrializadas.
O secretário-geral advertiu que as atuais Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), compromissos formais do governo para ações climáticas progressivamente ambiciosas, ainda condenam o mundo a um aumento ‘calamitoso’ de 2,7ºC da temperatura global.
Mais ambição e ação
Na melhor das hipóteses, as temperaturas vão subir bem acima de 2ºC, o que ele definiu como “um desastre”. “Se queremos sucesso real… precisamos de mais ambição e mais ação”, insistiu a autoridade da ONU. Ele acrescentou que isso só será possível com uma “mobilização massiva” de vontade política que exige confiança que, inserida em meio a ‘sérias questões de credibilidade’, é ‘escassa’.
Guterres ainda disse que havia “níveis perigosos de desconfiança” entre o bloco do G20 e entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, incluindo economias emergentes. “O objetivo mais importante desta Cúpula do G20 deve ser restabelecer a confiança – combatendo as principais fontes de desconfiança – enraizada nas injustiças, desigualdades e divisões geopolíticas”, destacou o líder.
Ponte de confiança
O secretário-geral apelou ao G20 para medidas decisivas para ‘preencher a lacuna de confiança’, começando com a desigualdade da vacina.
Por causa de divisões, ele disse que um plano de vacinação da COVID-19 liderado pelo G20 nunca se materializou, uma vez que “a ação coordenada global ficou em segundo plano”, no que diz respeito à acumulação de vacinas e ao nacionalismo.
O secretário-geral da ONU fez coro à Organização Mundial da Saúde (OMS) no apoio à nova Estratégia Global de Vacinação contra a COVID-19 para obter 40% das pessoas em todos os países vacinados até o final do ano e 70% até meados de 2022.
Muita desigualdade
Enquanto as economias avançadas estão investindo quase 28% de seu Produto Interno Bruto (PIB) na recuperação econômica pandêmica, as nações de renda média podem dedicar apenas 6,5%. Os estados menos desenvolvidos, por sua vez, investem menos de 2%. Guterres acusou essa disparidade, e argumentou que a desigualdade aumenta os níveis de desconfiança.
Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que, nos próximos cinco anos, o crescimento econômico cumulativo per capita na África Subsaariana ficará 75% inferior ao resto do mundo.
“Os países não devem ser forçados a escolher entre a dívida ou o seu povo ”, disse o chefe da ONU, instando o G20 a estender a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida para o próximo ano e disponibilizá-la a todos os países altamente endividados vulneráveis e de renda média que a solicitam.
Ambição climática de todos
A confiança também está sendo prejudicada pela falta de ação climática, afirmou ele, pedindo maior ambição na mitigação para colocar o mundo em um caminho confiável para 1,5ºC – uma meta que a ciência afirma ser o único futuro sustentável para o planeta. Isso requer ações concretas agora para reduzir as emissões globais em 45% até 2030, apontou o secretário-geral, observando que como eles representam cerca de 80% das emissões, os países do G20 devem arcar com a responsabilidade de manter viva a meta de 1,5º.
No entanto, as economias emergentes também devem “dar um passo a mais” para alcançar reduções de emissões globais eficazes nesta década, indicou o chefe da ONU.
Acesse a notícia completa na página das Nações Unidas Brasil.
Fonte: Nações Unidas Brasil. Imagem: Ron Lach via Pexels.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar