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Cientistas compilam inventário de microrganismos ameaçados em ecossistemas criosféricos

Cientistas descobriram que os microrganismos que vivem em ecossistemas criosféricos têm assinatura genética única

The European Space Agency (ESA)

Fonte

EPFL | Escola Politécnica Federal de Lausanne

Data

quarta-feira, 15 junho 2022 07:05

Áreas

Biodiversidade. Biologia. Ecologia. Geociências. Inteligência Artificial. Microbiologia. Monitoramento Ambiental.

Os ecossistemas criosféricos cobrem quase 20% da superfície da Terra e incluem calotas polares, geleiras de montanhas, lagos glaciais, solos de permafrost e áreas costeiras alimentadas por correntes de geleiras. O microbioma desses ecossistemas ainda é pouco compreendido pela comunidade científica, embora muitos dos microrganismos estejam ameaçados pelas mudanças climáticas.

Cientistas do Laboratório de Ecossistemas Fluviais (RIVER) da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, estão correndo contra o tempo para compreender melhor o microbioma antes que seja tarde demais. Massimo Bourquin, doutorando no RIVER, realizou um estudo para gerar um inventário comparativo abrangente dos microrganismos que vivem em ecossistemas criosféricos. “Descobrimos que este microbioma tem características únicas e provavelmente foi formado no início dos tempos evolutivos em comparação com os de outros ecossistemas da Terra”, disse o pesquisador.

O banco de dados da equipe de pesquisa contém informações de nada menos que 695 amostras coletadas de diversos ecossistemas criosféricos ao redor do mundo e servirá como uma referência útil para futuras pesquisas sobre microbiologia da criosfera e os efeitos das mudanças climáticas. Massimo Bourquin é o principal autor do artigo publicado na revista científica Nature Communications.

Ecossistema ameaçado

Os cientistas combinaram aprendizado de máquina, estatísticas e seu banco de dados, usando-o para identificar quais bactérias são as mais prevalentes e abundantes em uma determinada parte da criosfera, por exemplo. Esses métodos também podem determinar se uma amostra foi coletada da criosfera, com 96% de precisão. “Agrupamos os microrganismos com base em características semelhantes. Ao fazer isso, descobrimos as particularidades desse microbioma – que foi moldado ao longo de milhões de anos de evolução e adaptação a temperaturas extremas e um ambiente pobre em nutrientes – e hoje está muito ameaçado”, destacou Massimo Bourquin.

O pesquisador conduziu esta pesquisa para sua tese de doutorado, como parte do projeto Vanishing Glaciers do laboratório RIVER, financiado pela NOMIS Foundation. Seu trabalho visa entender melhor como o derretimento glacial está afetando os microrganismos e seus genomas em riachos alimentados por geleiras. Entre outros, o estudo de Bourquin baseou-se em amostras coletadas de riachos ao redor do mundo sob o projeto Vanishing Glaciers e as comparou com amostras de outros ecossistemas criosféricos.

Prometendo novos caminhos

Ainda há muito trabalho a ser feito pelos cientistas do RIVER. “Descobrir novas bactérias e suas particularidades sempre abre caminhos promissores de pesquisa”, disse Massimo Bourquin. Por exemplo, seu estudo indica que o microbioma em riachos alimentados por geleiras difere de outros ecossistemas criosféricos – o que é muito intrigante do ponto de vista científico, porque pode nos ajudar a entender melhor o que torna os microrganismos em riachos alimentados por geleiras – que é o foco principal do projeto Vanishing Glaciers – tão único.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Escola Politécnica Federal de Lausanne (em inglês).

Fonte: Sandrine Perroud, EPFL. Imagem: Vista de satélite do Glaciar Kangerdlugssuaq, incluída no projeto Vanishing Glaciers. Fonte: The European Space Agency (ESA).

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