Notícia

Asfalto aumenta a poluição do ar, especialmente em dias quentes e ensolarados

Compostos orgânicos do asfalto podem levar ao aerossol orgânico secundário, um dos principais contribuintes nas emissões de material particulado fino PM2,5

Pixabay

Fonte

Universidade Yale

Data

terça-feira, 8 setembro 2020 10:50

Áreas

Qualidade do Ar. Sociedade.

O asfalto é uma substância quase onipresente – é encontrado em ruas, estradas e até telhados – mas suas emissões químicas raramente aparecem nos planos de gestão da qualidade do ar das cidades. Um novo estudo descobriu que o asfalto é uma fonte significativa de poluentes atmosféricos em áreas urbanas, especialmente em dias quentes e ensolarados.

Pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, observaram que o asfalto comum de estradas e telhados produz misturas complexas de compostos orgânicos, incluindo poluentes perigosos, em uma faixa de temperatura típica e condições solares. O estudo foi realizado no laboratório do Dr. Drew Gentner, professor de Engenharia Química e Ambiental em Yale, e os resultados foram publicados na revista científica Science Advances.

Décadas de pesquisas e regulamentações sobre emissões de veículos motorizados e outras fontes relacionadas à combustão resultaram na melhoria da qualidade do ar urbano. Mas estudos recentes mostram que, à medida que esses esforços foram bem-sucedidos, várias fontes não relacionadas à combustão também contribuem com outros compostos orgânicos. Isso pode levar ao aerossol orgânico secundário (SOA), um dos principais contribuintes nas emissões de material particulado fino PM2,5 – um importante poluente do ar que compreende partículas menores que 2,5 micrômetros de diâmetro e que provocam efeitos significativos na saúde pública.

Os pesquisadores coletaram asfalto fresco e o aqueceram a diferentes temperaturas. “A principal descoberta é que os produtos relacionados ao asfalto emitem misturas substanciais e diversas de compostos orgânicos no ar, com uma forte dependência da temperatura e de outras condições ambientais”, disse o doutorando Peeyush Khare, pesquisador do laboratório do Dr. Gentner e principal autor do estudo.

Depois de algum tempo, as emissões nas temperaturas de verão se estabilizaram, mas persistiram em uma taxa constante – sugerindo que há emissões contínuas de longo prazo do asfalto em condições reais. “Para explicar essas observações, calculamos a taxa esperada de emissões estáveis ​​e [nosso estudo] mostrou que a taxa de emissões contínuas foi determinada pelo tempo que leva para os compostos se difundirem através da mistura de asfalto altamente viscosa”, explicou o Dr. Drew Gentner.

Os pesquisadores também examinaram o que acontece quando o asfalto é exposto à radiação solar moderada e viram um salto significativo nas emissões – de até 300% para o asfalto rodoviário – demonstrando que a radiação solar, e não apenas a temperatura, pode aumentar as emissões.

“Isso é importante do ponto de vista da qualidade do ar, especialmente em condições quentes e ensolaradas do verão”, disse Peeyush Khare.

Superfícies pavimentadas e telhados representam aproximadamente 45% e 20% das superfícies nas cidades dos EUA, respectivamente. Os pesquisadores estimaram o potencial total de emissões e formação de SOA em Los Angeles, uma cidade-chave para estudos de caso de qualidade do ar urbano.

Por causa dos tipos de compostos que o asfalto emite, sua formação potencial de SOA é comparável às emissões dos veículos motorizados em Los Angeles, disseram os pesquisadores – o que implica que encontrar maneiras de tornar as estradas mais ecológicas é tão importante quanto fazer o mesmo para carros e caminhões. O Dr. Drew Gentner observou, porém, que o efeito das emissões de asfalto na formação de ozônio foi mínimo em comparação com os efeitos de veículos motorizados e produtos químicos voláteis em produtos de higiene pessoal e limpeza – outra fonte emergente importante de emissões orgânicas reativas que produzem grandes quantidades de SOA em áreas urbanas.

O Dr. Gentner enfatizou que o asfalto é apenas uma peça no quebra-cabeça na emissão urbana de SOA.“É outra importante fonte de emissões sem combustão que contribui para a produção de SOA, entre uma classe de fontes que os cientistas da área estão trabalhando ativamente para restringir melhor”, concluiu o pesquisador.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Yale (em inglês).

Fonte: William Weir, Universidade Yale. Imagem: Pixabay.

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