Notícia
A complexidade de despoluir rios urbanos
França investiu cerca de 1,4 bilhão de Euros (cerca de R$ 8,3 bilhões) em nova estrutura de águas residuais para reduzir a quantidade de esgoto que flui para o rio Sena
Getfunky Paris via Wikimedia Commons
Fonte
Agência Brasil
Data
segunda-feira, 12 agosto 2024 11:55
Áreas
Biodiversidade. Biologia. Cidades. Ciência Ambiental. Educação Ambiental. Geografia. Gestão de Resíduos. Hidrologia. Políticas Públicas. Qualidade da Água. Recursos Naturais. Saneamento. Saúde. Saúde Ambiental. Sociedade. Toxicologia.
Embora a qualidade das águas do rio Sena tenha melhorado, Paris ainda tem um trabalho de despoluição pela frente para que a população possa tomar banho e mesmo consumir a água do rio. “Há muito trabalho a ser feito para que a gente atinja níveis plenamente seguros e saudáveis desse rio”, avaliou César Pegoraro, educador ambiental na organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica e professor de Biologia e Ecologia.
Entrevistado pela jornalista Mara Régia, no programa Natureza Viva da Rádio Nacional da Amazônia, o professor Pegoraro contou que, apesar de o rio não estar completamente despoluído, ele se surpreendeu com a limpeza do Sena.
“O que eu vi lá, o que eu percebi, é um rio absurdamente limpo. E diria mais, convidativo. Ele tem peixes, tem uma diversidade, uma quantidade de peixes bastante grande. Você tem pessoas, cidadãos, cidadãs remando no rio. Um rio urbano com pessoas de caiaque, pessoas de barco com as suas voadeiras subindo e descendo o rio entre barcos de carga, entre barcos de turismo”, disse o educador.
A França investiu cerca de 1,4 bilhão de Euros (cerca de R$ 8,3 bilhões) em uma nova estrutura de águas residuais para reduzir a quantidade de esgoto que flui para o rio. Mesmo assim, treinos foram cancelados e atletas olímpicos passaram mal por conta da poluição do rio.
César Pegoraro explicou que, mesmo com o investimento, por estar em uma grande cidade, o rio está sujeito à chamada poluição difusa. “Essa poluição é aquela poluiçãozinha que a gente não dá muita atenção para ela, mas ela é muito perigosa para a qualidade dos rios. Porque é aquele lixinho que acabou caindo na rua, às vezes sem querer, não intencionalmente, a fuligem dos carros, o óleo [que cai] dos veículos, a própria fuligem atmosférica que vai se depositando nas ruas e, quando chove, tudo isso vai parar no rio”, observou.
Por isso, segundo sele, rios urbanos “dificilmente vão ter uma qualidade incrível, uma qualidade como se ele fosse um rio preservado num ambiente natural”. No entanto, comparado a rios urbanos brasileiros, como o rio Tietê, em São Paulo, o Sena está em melhor condição para que seja apropriado pela população.
O professor disse ainda que o Brasil pode aprender com a iniciativa. Claro que é preciso muito investimento, mas também a valorização de medidas de saneamento básico e de medidas educativas.
“O saneamento básico tem que ser um projeto cidadão. Nós, enquanto eleitores, eleitoras, enquanto contribuintes, a gente tem que exigir essa dignidade que é ter saneamento básico em todas as moradias, em todas as cidades”, defendeu. E acrescentou que o investimento deve se somar à educação: “porque não vai adiantar a gente investir dinheiro e tempo se a gente não mudar a consciência das pessoas”.
Acesse a notícia completa na página da Agência Brasil.
Fonte: Mariana Tokarnia e Denise Griesinger, Agência Brasil. Imagem: Torre Eiffel e Ponte Alexandre III sobre o Rio Sena, em Paris. Fonte: Getfunky Paris via Wikimedia Commons.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar