Notícia
Pesquisadores destacam importância da proteção aos guardiões do conhecimento sobre biodiversidade
Os autores afirmam que os sistemas de conhecimento indígenas e locais foram marginalizados e explorados por séculos
Portal ambiental t4h
Fonte
UFSC | Universidade Federal de Santa Catarina
Data
quinta-feira, 8 agosto 2024 12:30
Áreas
Biodiversidade. Biologia. Ciência Social. Conhecimento Tradicional. Desigualdade Socioambiental. Ecologia. Patrimônio Cultural. Recursos Naturais. Sociedade.
Pesquisadores do Projeto Useflora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicaram recentemente uma carta na revista Science que ressalta a importância de salvaguardar os guardiões originais do conhecimento sobre biodiversidade. De acordo com o texto, as pesquisas acerca do tema devem reconhecer adequadamente os povos indígenas e as comunidades locais para evitar o mal-entendido e a apropriação dos sistemas de conhecimento pela ciência ocidental.
Os autores afirmam que esses sistemas de conhecimento indígenas e locais foram marginalizados e explorados por séculos. “Embora a ciência ocidental tenha começado recentemente a defender o papel central dos povos indígenas e das comunidades locais como guardiões do conhecimento da biodiversidade, as comunidades ainda lutam para obter o reconhecimento de seus direitos intelectuais e territoriais. Esses direitos incluem consentimento livre, prévio e informado para atividades que os afetam ou que usam seus conhecimentos e práticas, incluindo pesquisa científica; autoridade para negar atividades e pesquisas que afetam negativamente as culturas, territórios ou conhecimentos indígenas; e participação na construção de ferramentas, produtos e publicações acadêmicas com base no conhecimento de comunidades indígenas e locais”, relatam os pesquisadores na publicação.
Segundo os pesquisadores, manter a integridade física e intelectual dos guardiões da biodiversidade e salvaguardar seus territórios é pré-requisito para manter esse conhecimento vivo. “(…) a governança de dados deve exigir a inclusão de informações sobre os detentores originais dos dados e envolvê-los efetivamente nas práticas científicas — desde o planejamento, execução e publicação — por meio de um processo de construção conjunta de conhecimentos. Caso contrário, esses grupos continuarão a ser desapropriados, e seus direitos de consentimento e repartição de benefícios continuarão a ser violados”.
Assinam a carta publicada na Science: Dra. Carolina Levis, Dra. Natalia Hanazaki, Dra. Sofia Zank, Dr. Nivaldo Peroni, Cristiane Gomes Julião, Marciano Toledo da Silva, Ana Luiza Arraes de Alencar Assis, Elaine Mitie Nakamura, Dr. Gustavo Soldati, Dr. Emmanuel Duarte Almada, Dr. Guillaume Odonne e a Dra. Irene Teixidor-Toneu.
Acesse a publicação completa (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Santa Catarina.
Fonte: UFSC.
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