Notícia

2020: um ano difícil para os Oceanos

Ainda sob impacto do vazamento de petróleo de 2019, os oceanos tiveram um ano difícil em 2020: aquecimento das águas, branqueamento de corais e impactos da pandemia

Cassiano Psomas via Unsplash

Fonte

WWF Brasil

Data

quinta-feira, 31 dezembro 2020 11:35

Áreas

Biodiversidade. Ciência Ambiental. Ecologia. Gestão de Resíduos. Oceanografia. Sustentabilidade.

O ano de 2020 começou com os ecossistemas oceânicos do Brasil ainda impactados pelas mais de 5 mil toneladas de petróleo cru que vazaram na costa do país em agosto de 2019, tragédia ambiental que, mais de um ano depois, permanece sem solução.

A situação dos Oceanos se agravou ainda mais ao longo do ano, com uma nova e quarta onda de branqueamento global de corais e com a pandemia de COVID-19, que além de prejudicar comunidades costeiras, paralisou pesquisas, levantamentos e ações relacionadas à restauração de corais e muitas outras ações de conservação.

Em mais um difícil ano para esse ecossistema, o WWF-Brasil promoveu diversas iniciativas que abrangem a conservação de tubarões e raias, a restauração de corais, o gerenciamento da vida marinha com base em ciência e o manejo em Unidades de Conservação marinhas.

Branqueamento de corais

Desde o início de 2020, houve um aumento significativo da temperatura do Oceano, que persistiu até o início de junho. Esse aquecimento – sem precedentes em termos de intensidade e duração – gerou alertas de branqueamento de grande periculosidade para os corais em 2020, segundo relatório do projeto “Restaurando Corais”, executado pelo Instituto Nautilus, com apoio do WWF-Brasil e o do Instituto Neoenergia.

O branqueamento de corais é um fenômeno natural que causa a perda de cor desses animais que vivem presos no fundo do mar, que ficam com seu esqueleto exposto ao perder uma alga que o envolve. O problema – diretamente acentuado pela crise climática, resultante do aquecimento global, acidificação dos oceanos e impactos humanos – pode ser revertido, mas em casos graves, leva à morte de muitas colônias.

Atualmente acontece a quarta onda global de branqueamento. A situação é tão crítica que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alertou que pode-se perder entre 70 e 90% dos corais se a temperatura da superfície do mar aumentar em 1,5°C.

O primeiro registro de branqueamento global – isto é, o fenômeno aconteceu em massa e simultaneamente em recifes localizados em diversas regiões do planeta – aconteceu em 1998. Em 2009, houve uma segunda onda e, entre 2014 e 2017, o evento aconteceu pela terceira vez.

Em Porto de Galinhas, onde os corais encontram-se particularmente suscetíveis por estarem em águas rasas (até 30 metros de profundidade), o branqueamento foi bastante severo. De acordo com parceiros locais da WWF Brasil, foi estimado que algumas espécies apresentaram mais de 90% de sua população atingida pela síndrome, impedindo a instalação de experimentos devido à fragilidade dos corais da região. Em seguida, houve a suspensão das atividades de campo com o advento da pandemia.

Com isso, foi adiantada a elaboração de um dos objetivos do projeto, o “Desafio de Restauração de Corais”, realizando a articulação e consulta aos atores relevantes para o lançamento de uma série de metas de recuperação ecossistêmica de ambientes de corais.

Boas Notícias

Em 3 de novembro de 2020, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou que nenhuma empresa de exploração de petróleo e gás mostrou-se interessada nos quatro blocos da bacia de Camamu-Almada, cuja exploração poderia afetar o maior complexo de recifes de corais do Atlântico Sul. Ao menos por enquanto, a área de influência do banco de corais de Abrolhos, no litoral da Bahia, deve ficar livre de novas áreas para exploração de petróleo e gás. O WWF-Brasil defende a exclusão desses blocos, na região de Abrolhos, para exploração de petróleo e gás.

Neste ano a petição por #OceanosSemPlástico alcançou 2 milhões de assinaturas em todo planeta. Graças ao apoio, divulgação e assinatura das pessoas, foi feito com que as vozes das pessoas fossem ouvidas e as atenções por um tratado global sobre a poluição plástica marinha aumentassem.

Nos últimos dois anos, mais de 65 governos pediram publicamente a criação do tratado, apoiados pelos aval do Congresso da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e de mais de 30 empresas. 2021 será um ano crucial para transformar esses compromissos em ação.

Assine ou continue divulgando a petição que pede que líderes mundiais tomem medidas decisivas e urgentes para que um cenário, no qual até 2050 possa haver mais plásticos do que peixes no mar, seja evitado.

Acesse a notícia completa na página do WWF Brasil.

Fonte: WWF Brasil. Imagem: Cassiano Psomas via Unsplash.

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