Destaque

Pesquisadores alertam para risco da emergência de novas doenças

Fonte

Fiocruz | Fundação Oswaldo Cruz

Data

domingo, 27 setembro 2020 08:15

Uma carta publicada na revista científica The Lancet alerta para o risco da emergência de novas doenças no Brasil, especialmente aquelas de caráter silvestre. Dez pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Centro para Sobrevivência de Espécies do Brasil (Center for Species Survival Brazil/IUCN-SSC) são autores da publicação. O documento conta ainda com o apoio de 15 especialistas de instituições nacionais e internacionais, entre elas, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O texto aponta retrocessos nas políticas sociais e ambientais do país, que podem favorecer a ocorrência de infecções causadas por patógenos de origem animal, chamadas de zoonoses. Os especialistas defendem a criação de um sistema integrado de vigilância de doenças silvestres.

Cientistas de diferentes unidades e programas de pesquisa da Fiocruz subscrevem a carta, incluindo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz), Fiocruz-Ceará, Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz), Projeto FioAntar e Programa Institucional de Biodiversidade e Saúde Silvestre (PIBSS/Fiocruz). No IOC, pesquisadores de quatro laboratórios são autores do documento. São eles: Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatório, Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental, Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico em Virologia e Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo.

Relação entre biodiversidade e saúde

De acordo com os especialistas, a perda da biodiversidade, a expansão das atividades humanas em áreas de matas e florestas e o consumo de animais silvestres como recurso alimentar ou em práticas exotéricas são alguns dos principais facilitadores de surtos recentes de doenças infecciosas, tais como ebola, Nipah e arboviroses (patógenos transmitidos por insetos). No cenário brasileiro, o aumento da vulnerabilidade social e da degradação ambiental elevam o risco de infecções zoonóticas. Assim, a emergência e a re-emergência de agravos, incluindo a febre oropouche, hantaviroses, doença de Chagas e febre amarela, são consideradas sinais de alerta.

Para os pesquisadores, a progressiva flexibilização das leis de proteção, o desmantelamento das instituições ambientais, o desrespeito às evidências científicas e os ataques às organizações de conservação do meio ambiente são fatores que contribuem para o aumento do desmatamento, uso indevido de pesticidas e comércio ilegal de animais selvagens. “Todas essas ações representam um grande retrocesso nas políticas socioambientais, o que abre novas portas para o surgimento de zoonoses e impacta negativamente tanto a biodiversidade como a saúde pública, colocando milhões de pessoas em risco”, afirmaram os autores.

Acesse o documento completo (em inglês).

Acesse a notícia na página da Fiocruz.

Fonte: Maíra Menezes (IOC/Fiocruz), Vinicius Ferreira e Raquel Aguiar (Fiocruz).

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