Destaque

Pesquisa da UFPI mostra efeitos do manejo florestal sustentável em área de caatinga no sul do Piauí

Fonte

UFPI | Universidade Federal do Piauí

Data

quarta-feira, 24 abril 2024 14:10

O manejo florestal sustentável é o conjunto de técnicas e gestões que visam benefícios econômicos, sociais e ambientais, que permitem atividades, como a extração de recursos naturais, garantindo a conservação e o desenvolvimento da área manejada.

De acordo com dados do Fundo Amazônia, o Brasil é composto por aproximadamente 524 milhões de hectares (cerca de 61,5% do seu território) de florestas naturais e plantadas. Com isso em mente, o Dr. Rodolfo Molinário de Souza, professor do Curso de Engenharia Florestal do Campus Professora Cinobelina Elvas da Universidade Federal do Piauí (UFPI), desenvolve a pesquisa ‘Regeneração natural e seus efeitos sobre a diversidade ecológica em uma área de caatinga submetida a um plano de manejo florestal sustentável”, que busca analisar a dinâmica de comunidades de insetos.

Os planos florestais sustentáveis não são aplicados apenas em florestas de grande porte como a Amazônica e a Mata Atlântica: a Caatinga, definida como um tipo de floresta de porte baixo, também se beneficia de ações como essa. A área utilizada durante as pesquisas é uma região arbórea, dividida entre preservada e liberada para manejo.

As pesquisas promovidas contam com a participação de alunos do curso de Engenharia Florestal e Agronomia do Campus de Bom Jesus da UFPI.

De acordo com o professor Rodolfo Molinário, as pesquisas têm como objetivo analisar a comunidade local  de insetos dentro de áreas florestais já exploradas, onde armadilhas terrestres são postas nas áreas nativas e preservadas (Reserva Legal), e também nas áreas que já sofreram ação do homem. Os resultados da pesquisa apontam que as ações do homem fazem com que haja mudança nas comunidades, e certas espécies de formigas se tornam predominantes.

“Nós colocamos armadilhas nas áreas nativas e na área que foi feito o corte seletivo, que está sobre o plano de manejo florestal. Assim, nós vamos acompanhando essas comunidades à medida que a vegetação local vai se regenerando, para nós vermos em quanto tempo a comunidade de formigas se equipara à comunidade da vegetação nativa. Nossas pesquisas já apontam que poucos meses após o corte a diversidade de formiga é afetada”, afirmou o professor.

O professor Rodolfo Molinário ainda afirmou que mesmo com os planos de manejo florestal sustentável, se há ação do homem ainda assim haverá impactos na região, onde a diversidade de insetos na vegetação nativa ainda será superior em relação à área que sofreu com os impactos, e ainda haverá o aumento de espécies consideradas como bioindicativos de má qualidade ambiental.

“Mesmo que seja um manejo florestal sustentável, se há ação humana, ainda haverá impacto. Obviamente a diversidade na vegetação nativa é superior à diversidade na vegetação que foi suprimida. Agora, nós estamos acompanhando essa evolução. Será que com o tempo a gente consegue uma reestruturação nessa comunidade de formigas, para que se assemelhe à nativa? Logo no início do corte, nós percebemos um distúrbio nas comunidades, onde nós já conseguimos perceber predominância de algumas espécies que são bioindicativos de má qualidade”, analisou.

Daniel Marques, aluno do curso de Engenharia Agronômica da UFPI, está produzindo um artigo com os dados já coletados da pesquisa. A pesquisa fornece bioindicadores da qualidade ambiental, que podem ser úteis para avaliar a qualidade das ações de exploração na região.

“Além disso, percebe-se que o manejo traz impacto para essas comunidades de formigas, o que pode incentivar medidas de menor impacto na colheita florestal, agregando valor para a madeira colhida, pensando numa certificação ambiental. Isso pode estimular a geração de emprego e o fomento do setor florestal na região”, concluiu Daniel Marques.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal do Piauí.

Fonte: UFPI.

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