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Pesquisa da Ufopa abordou emissões de mercúrio e CO2 em garimpagem na Amazônia

“Emissões de mercúrio e CO2 provenientes da mineração artesanal de ouro na floresta amazônica brasileira”. Este é o título do trabalho desenvolvido pelos pesquisadores Dr. Bernhard Peregovich, Lorena da Silva Tenório e Adria Cristina Alves, do Instituto de Engenharia e Geociências da Universidade Federal do Oeste do Pará (IEG Ufopa), em conjunto com Benjamin Fritz e o Dr. Mário Schmidt, pesquisadores da Universidade de Pforzheim, na Alemanha.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Nature Sustainability.

O levantamento investigou o uso de mercúrio e energia em 47 locais de mineração na bacia do rio Tapajós, considerado o maior distrito de mineração artesanal do mundo (artisanal and small-scale gold mining, ASGM).

A pesquisa mostrou que são utilizados 1,7 kg de mercúrio por kg de ouro extraído, dos quais apenas cerca de 0,19 kg de mercúrio são liberados no meio ambiente quando são utilizadas retortas (dispositivos de destilação que fazem a recuperação do mercúrio, evitando que ele vá para o meio ambiente). No geral, isso significa uma liberação anual de pelo menos ≈2,5 toneladas de mercúrio na região, mesmo quando são utilizadas retortas.

“Descobrimos também que a ASGM contribui para as alterações climáticas através do consumo de energia, responsável pela liberação de cerca de 16.000 kg de equivalente CO2 por quilograma de ouro. Isso significa que mesmo a mineração artesanal de ouro, que utiliza retortas, tem um grande impacto ambiental”, afirmaram os pesquisadores.

Segundo eles, em inúmeras pesquisas de campo e visitas a um grande número de locais de ASGM no Brasil, principalmente no período de 2018-2022, foi investigado o uso de mercúrio e o impacto nas mudanças climáticas, fornecendo dados empíricos valiosos para futuras discussões científicas.

Os pesquisadores concluíram que o Brasil deve cumprir os requisitos das Nações Unidas sobre o mercúrio, adotando seu PNA da Convenção de Minamata. “Além disso, é necessária uma formalização melhor e mais simples das licenças de ASGM e uma monitorização eficaz da conformidade. Mas, independentemente disso, a mineração de ouro com utilização intensiva de energia, incluindo a mineração artesanal, ainda tem um longo e difícil caminho a percorrer para reduzir o seu impacto no clima”, concluíram.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do IEG Ufopa.

Fonte: José Ibanês, IEG Ufopa.

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