Destaque

Desmatamento cresce nas regiões próximas a estradas no Brasil

Fonte

UFRGS | Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Data

domingo, 8 maio 2022 11:20

Um artigo científico publicado recentemente na revista Science Advances revelou os resultados da primeira pesquisa que mapeou detalhadamente áreas livres de estradas em todos os seis biomas brasileiros.

A partir da identificação de áreas localizadas entre 1 e 5 quilômetros em relação a rodovias, ferrovias e estradas menores, os pesquisadores constataram que quanto maior a distância entre as áreas estudadas e a infraestrutura de transporte, menor a probabilidade de encontrar a região desmatada e maior a presença de vegetação nativa. Eles também apontam que, embora áreas livres de estradas e ferrovias detenham a grande maioria da vegetação nativa remanescente do país (81,5%), apenas 38% dessa vegetação se encontra protegida por algum instrumento legal (unidades de conservação, terra indígena). O estudo foi realizado em parceria entre pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Um dos principais desafios do grupo de pesquisadores foi a coleta de informações aprofundadas dos biomas Pampa, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal, visto que existem mais estudos a respeito das relações das rodovias e ferrovias com o desmatamento na Amazônia, nos quais os dados apontam desmatamento na faixa de até 5,5 km junto às estradas. Os pesquisadores, então, buscaram avaliar mais a fundo o impacto do transporte ferroviário em todos os seis biomas do país, já que havia uma lacuna na literatura acadêmica a respeito desse contexto.

As análises do estudo mostram que as áreas protegidas – como territórios quilombolas, unidades de conservação e terras indígenas – têm participação direta na conservação da fauna e flora locais, impactando positivamente nas regiões próximas às estradas quando comparadas às propriedades rurais privadas. Somado a isso, a pesquisa buscou regiões onde seria possível realizar restaurações ecológicas de resultado imediato sem que fosse prejudicada a propriedade privada de terras, com os objetivos de melhorar o ecossistema e atingir metas de conservação propostas atualmente pelo governo federal.

O estudo alega que existe um consenso de que o impacto de estradas e ferrovias é mais prejudicial quando essas rotas são inseridas em ecossistemas intactos e remotos. Diante disso, o país pode ser altamente afetado pelos planos de expansão mundial das redes rodoviárias e ferroviárias, já que 90% dessas futuras infraestruturas de transporte devem passar por regiões tropicais em ecossistemas praticamente intocados até então.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFRGS.

Fonte: Gabhriel Giordani, Ciência – Jornal da Universidade/UFRGS.

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