Destaque

Bateria de papel alimentada por derivados de biomassa pode ser alternativa sustentável e de baixo custo para dispositivos portáteis

Fonte

UFMS | Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Data

sexta-feira, 7 abril 2023 13:15

Em março de 2022, grupo de pesquisadores do Instituto de Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, iniciou estudos preliminares para o desenvolvimento de uma bateria de papel para utilização em dispositivos móveis. “Iniciamos com a leitura de alguns artigos sobre o tema. Posteriormente, partimos para parte experimental, com a modelagem da peça para ser impressa, escolha de combustíveis ideais para conversão de energia e demais aparatos experimentais. A interação com o professor Dr. Jesum Alves Fernandes, da Universidade de Nottingham, foi fundamental para discutirmos resultados e criarmos estratégias”, relatou o Dr. Cauê Martins, professor do Instituto de Física da UFMS. Com financiamento pelo Programa Capes Print, o professor Cauê passou alguns meses no Reino Unido, o que facilitou a interação com o professor Jesum.

Segundo o professor Cauê, outros três pesquisadores participaram do trabalho: o técnico de laboratório André Luiz Dias Lima; Piter Rocha, acadêmico do curso de Engenharia Física; e o Dr. Adilson Candido da Silva, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). “A pesquisa foi realizada pelo Grupo de Pesquisa em Eletroquímica (ERG) do Instituto de Física da UFMS, com a colaboração dos demais pesquisadores. A nossa motivação vem da crescente demanda por conversores de energia para dispositivos portáteis que sejam sustentáveis e de baixo custo. A escolha do papel como suporte e dos de derivados da biomassa como combustíveis se deve à elevada disponibilidade, biodegradabilidade e sustentabilidade”, destacou o professor Cauê Martins.

André Lima destacou que se trata da primeira bateria de papel alimentada por derivados de biomassa intercambiáveis, ou seja, que podem ser trocados (dispositivo flex), mantendo a mesma potência. “O dispositivo mostra a maior densidade de potência já reportada. Existem algumas baterias de papel, mas esta é a primeira fuel flex e também a primeira alimentada por etileno glicol e glicerol. Ainda utilizamos metanol e etanol como combustíveis”, contou o técnico de laboratório.

“Neste momento estamos tentando reduzir o teor de metais nobres utilizados em uma das partes, o ânodo. Já utilizamos muito pouco, mas o nosso objetivo agora é diminuir ainda mais. Para isso, continuamos a colaboração entre o ERG e a Universidade de Nottingham para construir ânodo com menos que 1% de metais, utilizando outra tecnologia de preparação”, explicou Piter Rocha. Os resultados foram publicados na revista científica ACS Applied Materials & Interfaces.

“O próximo passo é diminuir ainda mais a quantidade de metais utilizada no ânodo, de modo que o dispositivo possa ser descartado em qualquer ambiente. No futuro, esperamos desenvolver um dispositivo com uma configuração que permita ‘carregar’ qualquer dispositivo eletrônico de baixa potência apenas colocando a bateria na água”, ressaltam os pesquisadores.

A UFMS contou com o grupo de pesquisadores e estudantes que desenvolveram a bateria de papel: “Todos participaram do trabalho, de modo que puderam contribuir para ciência na fronteira do conhecimento e ainda inserir a atividade em um contexto tecnológico. Esse tipo de atividade auxilia na formação sólida dos envolvidos. Adicionalmente, esta bateria de papel é sustentável e tem potencial para se tornar comercial, com impacto imediato à sociedade”, finalizou o professor Cauê.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Fonte: Vanessa Amin, UFMS.

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