Notícia
Cientistas transformam rejeitos de madeira em material de construção e decoração
Resíduos normalmente queimados após extração da madeira, gerando impactos ao meio ambiente, ganham nova destinação
Henrique Fontes, EESC-USP
Fonte
Jornal da USP
Data
quinta-feira, 26 novembro 2020 10:10
Áreas
Construção Civil. Gestão de Resíduos.
Segundo a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), anualmente no Brasil são gerados aproximadamente cerca de oitocentas mil toneladas de rejeitos oriundos da produção de madeira na região Norte do País. Esses resíduos, que podem ser partes de troncos com rachaduras ou fora das medidas desejadas e até pedaços laterais da tora, normalmente são queimados após o processo de extração, gerando danos ao meio ambiente devido à emissão de gás carbônico na atmosfera. Como forma de solucionar esse problema, pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) conseguiram propor um novo destino a esses rejeitos, utilizando-os para construir um tipo de painel feito com lascas de árvores (OSB) conhecido por sua utilização na construção civil, fabricação de móveis, produção de embalagens e decoração.
“O estudo foi pensado a partir do fato de que todo painel OSB do mundo tem como matéria-prima os troncos de árvores de florestas plantadas, em geral de espécies do gênero Pinus, um tipo de pinheiro. O grande volume de rejeitos dessas toras não havia sido, até então, considerado para a produção do material, que agrega valor a um resíduo que usualmente é descartado, além de reduzir drasticamente o impacto ambiental negativo gerado por sua queima indiscriminada, que contribui para o aumento do efeito-estufa,” explicou o Dr. Francisco Antonio Rocco Lahr, um dos autores do trabalho e professor do Departamento de Engenharia de Estruturas (SET) da EESC-USP.
Assista ao vídeo com mais informações sobre a pesquisa:
Os pesquisadores contam que o processo de fabricação dos painéis OSB a partir dos rejeitos é simples e rápido. Após receberem amostras de resíduos doados por serrarias da região Norte, os cientistas da USP utilizaram um equipamento (picador de disco) capaz de obter lascas dessa madeira descartada, que posteriormente são misturadas por cinco minutos em uma batedeira com um tipo de cola à base de mamona. Depois do procedimento, o material é prensado por mais oito minutos a uma temperatura que varia de 95°C a 100°C, dando forma final ao produto.
Após o painel ser produzido, foi preciso avaliar suas características físicas e mecânicas para descobrir se havia viabilidade comercial. “Os principais testes que nós realizamos foram para determinar as propriedades de resistência, o grau de rigidez e a influência da umidade nos painéis. Nos resultados obtidos, eles tiveram um excelente desempenho, mostrando-se habilitados a serem utilizados em diversas aplicações estruturais, já que atendem aos requisitos estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)”, completou o professor.
Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.
Fonte: Henrique Fontes, da Assessoria de Comunicação da EESC e Jornal da USP. Imagem: Henrique Fontes, EESC-USP.
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