Notícia

Bioinseticida para uso urbano e rural é desenvolvido por pesquisador tocantinense

Bioinseticida produzido a base de planta Siparuna guianensis traz inúmeras vantagens como baixo custo e preservação do meio ambiente e da saúde humana

Katriel Bernardes

Fonte

FAPT | Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins

Data

quarta-feira, 25 novembro 2020 10:30

Áreas

Agricultura. Biotecnologia. Saúde.

Uma solução ecológica para o combate a mosquitos Aedes Aegypt e outros insetos predadores de larvas em áreas de produção agrícola foi desenvolvida por um cientista tocantinense. O bioinseticida produzido a base de planta Siparuna guianensis (também conhecida como negramina) traz inúmeras vantagens como baixo custo e preservação do meio ambiente e da saúde humana. O estudo faz parte do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS), financiado pelo Ministério da Saúde e tem por gerenciador técnico administrativo o Governo do Tocantins, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (FAPT).

Para o presidente da FAPT, Dr. Márcio Silveira, o apoio da Fundação foi de suma importância para o desenvolvimento do estudo realizado pelo pesquisador, pois gerou conhecimento inovador que vai trazer muitos benefícios a sociedade. “O investimento em pesquisa científica na área da saúde tem sido uma prioridade pois entendemos que sem recurso financeiro nesse segmento não há desenvolvimento econômico e social. Desta forma queremos transformar todos esses estudos em políticas públicas e estimular o empreendedorismo”, ressaltou o gestor.

O bioinseticida é produzido em um biorreator industrial e está situado no Laboratório de Biologia Molecular da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Gurupi, onde é coordenado pelo Dr. Raimundo Wagner Aguiar, professor e pesquisador que atua na instituição e no desenvolvimento do projeto sobre Formulações de inseticidas biorracionais para controle de mosquitos. O estudo conta ainda com a participação de graduandos, mestrandos e doutorandos.

Para o acadêmico do 9º período de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da UFT, Higo Cristian Rodrigues Barros, que atua no laboratório com processo fermentativo, inoculação de bactérias e inseticidas biorracionais, a experiência tem sido valiosa. “O trabalho tem me proporcionado aprendizado e agregado riqueza de conhecimento, favorecido a prática profissional e o aperfeiçoamento diário”, disse o estudante.

Uso do bioinseticida no combate ao Aedes Aegypti

Segundo o cientista, o uso do bioinseticida é uma questão de saúde pública, principalmente nesse período chuvoso onde há grande infestação de doenças ocasionadas pelo Aedes Aegypti nos centros urbanos. E o bioinseticida tem sido a maneira de eliminar larvas e classes de mosquitos resistentes causadores da dengue, febre amarela, chikungunya e zika vírus. O estudo já rendeu a publicação de três artigos científicos em parceria com outras instituições.

“O custo benefício é muito vantajoso para a gestão pública. Para se ter uma ideia, o equipamento tem capacidade industrial de 1.200 litros em 72 horas de fermentação, ou seja, uma produção mensal de 9.600 litros de bioinseticida, com um custo de R$ 82,40 (oitenta e dois reais e quarenta centavos) por litro. O produto é tão eficaz que possibilita uma rentabilidade surpreendente, com apenas uma gota é possível usar em um litro de água. Ou seja, com 1.200 litros, seria possível combater a doença de uma população de 120 mil habitantes de acordo com a infestação predial do mosquito”, explicou o pesquisador Raimundo Wagner.

Custo benefício do bioinseticida na agricultura

O biorreator possibilita ainda a produção de mais de seis tipos de bioinseticidas que poderão ser usadas em diferentes fases de culturas agrícolas visando o controle de mosquitos e combate a lagarta, pragas em áreas rurais. A tecnologia pode ser um grande aliado através do uso de drones na pulverização dos plantios. Com 1.200 litros de produto, é possível pulverizar uma área de 1.200 hectares. O bioinseticida está em uso experimental em plantios situados na região sul do Estado, onde tem tido resultados significativos na produtividade, preservação ambiental e da saúde humana.

Desvantagens do inseticida químico

No projeto científico do pesquisador, consta que o uso do inseticida químico tem sido recorrente em todo o país no controle de insetos e vetores. No entanto o uso prolongado é inadequado e resulta na contaminação desenfreada do meio ambiente, intoxicação, mortes prejuízos a saúde pública. Desta forma são necessários esforços que visem a prospecção de produtos e biotecnologias biorracionais, ou seja, com uso de microrganismos e derivados de produtos extraídos de plantas para controle do mosquito e de populações resistentes a inseticidas.

“A forma mais eficaz de prevenção é o controle do inseto vetor nos centros urbanos” através de estratégias que utilizem formulações larvicidas contendo estirpes novas da bactéria Bacillus thuringiens subsp israelensis (Bti) e/ou de formulações repelentes contendo óleos essenciais de plantas Siparuna guianensIs Aublet (também conhecida como negramina)”, concluiu o pesquisador.

Acesse a notícia na página da FAPT.

Fonte: Geórgya Laranjeira Corrêa, Governo do Tocantins. Imagem: Katriel Bernardes.

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