Notícia
Trilhões de dólares a mais em danos econômicos são previstos em novo estudo sobre os efeitos das mudanças climáticas
Pesquisadores alertam que o mundo está subestimando os efeitos econômicos das mudanças climáticas
William Bossen via Unsplash
Fonte
Universidade Georgetown
Data
sexta-feira, 9 outubro 2020 15:05
Áreas
Economia. Mudanças Climáticas. Sustentabilidade.
O mundo está subestimando os efeitos econômicos das mudanças climáticas em trilhões de dólares, de acordo com novo estudo que teve participação do Dr. Raphael Calel, professor da Escola de Políticas Públicas da Universidade Georgetown, nos Estados Unidos.
O artigo, publicado na revista científica Nature Communications, mostra que os modelos de previsão econômica atuais não levam em consideração as variações imprevisíveis nas temperaturas globais, mas somente o aumento previsível das temperaturas.
“Nosso estudo identifica uma nova categoria de custos econômicos – aqueles decorrentes das flutuações imprevisíveis, mas inevitáveis, no clima global que devemos enfrentar”, disse o Dr. Calel, economista que desenvolveu o estudo juntamente com três cientistas do Reino Unido. “Para evitar essas perdas, precisamos de um conjunto mais diversificado de ações políticas, com maior investimento em adaptação e resiliência”, destacou o economista.
Custo de inação
Os Estados Unidos, por exemplo, contam com um modelo de previsão desenvolvido pelo economista Dr. William Nordhaus, da Universidade Yale – estudo pelo qual recebeu o Prêmio Nobel em 2018 – bem como dois outros modelos de previsão que são variantes do trabalho do Dr. Nordhaus.
Mas o Dr. Raphael Calel salienta que esses modelos não levam em conta as flutuações imprevisíveis nas temperaturas globais observadas ano após ano.
“Isso pode parecer um pequeno descuido, mas nosso estudo mostra que essas flutuações criarão trilhões de dólares em danos econômicos adicionais. Trabalhos anteriores usam um procedimento bem conhecido para estimar as mudanças globais de temperatura média e os danos econômicos que se seguem. Em nosso estudo, alteramos este procedimento para capturar a variabilidade nas temperaturas globais também”, explicou o Dr. Calel.
Os danos extras – algo entre 10 e 50 trilhões de dólares nos próximos 200 anos, avaliados pelos pesquisadores em termos do valor do dólar de hoje – nos mostram que o custo da inação é substancialmente mais alto do que se acreditava anteriormente. O Dr. Calel também observa que embora haja uma necessidade clara de reduzir as emissões em um ritmo mais rápido para evitar mudanças climáticas previsíveis, também precisamos nos preparar para mitigar os efeitos e custos dessas flutuações, que são significativos.
Novas políticas
Entre as mudanças de política que o professor recomenda estão uma mudança no fornecimento de alimentos em direção a um modelo mais resiliente e de baixo impacto; investimentos em infraestrutura que irão suportar melhor os extremos climáticos futuros; e a criação de agências e apoios sociais para ajudar os milhões de pessoas que serão deslocadas de suas casas.
“Os benefícios que esses investimentos proporcionarão são muito maiores do que se acreditava. Sabíamos que os modelos combinados de clima e economia haviam omitido a variabilidade da temperatura global e queríamos entender e quantificar as consequências disso”, concluiu o Dr. Calel.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Georgetown (em inglês).
Fonte: Universidade Georgetown. Imagem: William Bossen via Unsplash.
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