Notícia

UFF produz material para impressoras 3D utilizando plástico reciclado

Projeto Plástico Vivo engloba todo o ciclo de reaproveitamento do plástico

UFF, divulgação.

Fonte

UFF | Universidade Federal Fluminense

Data

quarta-feira, 8 agosto 2018 15:00

Áreas

Educação Ambiental, Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos, Recursos Naturais. Sustentabilidade.

A revista Nature publicou no início deste ano um artigo de uma equipe internacional sobre a chamada Ilha do Lixo, localizada no Oceano Pacífico e com aproximadamente 1,6 milhão de quilômetros quadrados de resíduo plástico. Para o professor do curso de Engenharia Ambiental da UFF, Márcio Cataldi, essa mancha de detritos não biodegradáveis está associada principalmente à falta de educação ambiental de diferentes povos do planeta e às correntes oceânicas, que convergem os resíduso para a região do pacífico equatorial.

Com o objetivo de reduzir localmente os danos causados pela poluição, Cataldi e um grupo de estudantes do curso de Engenharia Ambiental da UFF estão desenvolvendo atualmente o Projeto Plástico Vivo. A iniciativa engloba todo o ciclo de reaproveitamento do plástico, que se inicia com a separação e lavagem dos rejeitos. Depois, segundo ele, o produto passa pela trituração com equipamento desenvolvido no Laboratório de Monitoramento e Modelagem de Sistemas Climáticos (Lammoc), com foco em reduzir o custo de todo o processo, inclusive com a criação de instrumentos mais baratos. Após a trituração, o produto moído vai para uma extrusora, máquina utilizada na modelagem plástica, também desenvolvida no laboratório, onde o material será transformado em filamento para utilização em impressoras 3D.

“O plástico reciclado será usado na impressão de utensílios domésticos, como colheres, garfos e facas, e peças sobressalentes do próprio equipamento. Os itens serão vendidos em eventos da UFF, e uma parte desse recurso será destinada aos alunos que se encontram em dificuldades financeiras e que vêm sendo atendidos pela Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Proaes)”, afirma o professor. A previsão, segundo ele, é que o projeto multidisciplinar, ainda em fase de desenvolvimento, apresentará os primeiros produtos impressos já no mês de setembro. Para isso, conta com a participação conjunta de discentes dos cursos de Engenharia Ambiental, Engenharia Mecânica e do Desenho Industrial.

Economias emergentes: grandes poluidoras

Os países emergentes, principalmente os asiáticos, são grandes poluidores e produtores de resíduo plástico. “Nesse sentido, o Brasil vive hoje uma situação bem crítica, principalmente quando observamos o detrito flutuante na baía de Guanabara”, exemplificou o professor. Para ele, é necessário investir primeiramente em educação ambiental e no combate às embalagens mistas (que reúnem num só produto metal, papel e plástico), o que dificulta a reciclagem mecânica, pois obriga o emprego de mão de obra humana na separação desses objetos. Num momento seguinte, os esforços devem estar focados para a estruturação de cooperativas e no desenvolvimento de tecnologias de reciclagem de baixo custo e fácil manuseio.

Recentemente, a Prefeitura do Rio de Janeiro sancionou projeto de lei que obriga comerciantes locais a oferecerem canudos biodegradáveis aos clientes. Cataldi considera a legislação interessante e torce para que ganhe adesão dos comerciantes e dos consumidores, mas garante que ela não seria necessária se houvesse um investimento educacional sério voltado para o cuidado com o meio ambiente.

Segundo o docente, o papel da universidade nesse momento é fundamental. “É necessário que a instituição ultrapasse seus muros e colabore na divulgação de práticas de educação ambiental e de novas tecnologias com custos baixos como o UFF Sustentável ou Plástico Vivo. Não adianta esperar que essas iniciativas sejam patrocinadas somente pelo Poder Público. Cabe à comunidade universitária arregaçar as mangas e apoiar essas ideias”, enfatizou.

 

Acesse a notícia completa no site da UFF.

Fonte: Jorge Pessano, UFF. Imagem: UFF, divulgação.

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