Notícia
Trocar diesel por gás natural liquefeito permite economia de até 60% em São Paulo
Conclusão é de estudo feito no Centro de Pesquisa para Inovação em Gás, que apontou também vantagens ambientais e econômicas do uso de GNL no transporte de carga feito no interior do estado
Pixabay
Fonte
EACH-USP | Universidade de São Paulo
Data
segunda-feira, 29 abril 2019 10:20
Áreas
Energia, Geociências, Gestão e Monitoramento Ambiental
A substituição do óleo diesel pelo gás natural liquefeito (GNL) no transporte de carga reduziria significativamente o custo do combustível e as emissões de gases de efeito estufa e outros poluentes no Estado de São Paulo. É o que mostra um estudo conduzido no Centro de Pesquisa para Inovação em Gás (RCGI), constituído pela FAPESP e pela Shell.
Com sede na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), o RCGI é um dos Centros de Pesquisa em Engenharia (CPE) financiados pela FAPESP em parceria com grandes empresas.
“Os maiores benefícios, tanto no que diz respeito à redução da poluição quanto do preço dos combustíveis, são percebidos na capital paulista e em Campinas, regiões em que o diesel é mais caro do que no resto do Estado e que têm maior potencial de substituição por GNL. Nossos resultados mostram que, na cidade de São Paulo, o GNL pode ser até 60% mais barato que o diesel”, disse à assessoria de comunicação do RCGI a Dra. Dominique Mouette, professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP e autora principal do estudo.
A Dra. Mouette coordena no centro um projeto que estuda a viabilidade de implantar um “corredor azul” no Estado de São Paulo, conceito surgido na Rússia para designar rotas nas quais os caminhões usam o gás natural liquefeito em vez de diesel. Resultados recentes da pesquisa foram publicados na revista Science of Total Environment.
O GNL é obtido por meio do resfriamento do gás natural a -163 ºC. O processo de condensação reduz o volume do combustível em até 600 vezes, tornando possível o transporte em carretas criogênicas até mesmo para locais distantes de gasodutos.
Na pesquisa, foram analisados quatro cenários de substituição do combustível. “No melhor deles, a adoção do GNL reduziria em até 40% o custo do combustível, 5,2% as emissões de CO2 equivalente [medida usada para comparar o potencial de aquecimento de vários gases de efeito estufa]; 88% as de material particulado; 75% as de óxidos de nitrogênio; e eliminaria as emissões de hidrocarbonetos”, disse o Dr. Pedro Gerber Machado, pesquisador do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP e coautor do artigo.
“A metodologia considerou inicialmente dois contextos: um para as regiões geográficas servidas por gasodutos, denominado cenário restrito (RS); e outro abrangendo as 16 regiões administrativas do estado, chamado de cenário estadual (SS). Os dois contextos originaram diferentes versões do corredor azul, com respectivamente 3,1 mil e 8,9 mil quilômetros de estradas”, explicou o Dr. Machado.
Na avaliação dos autores, a redução de 5.2% nas emissões de gases de efeito estufa observada no cenário estadual, quando se compara a combustão de gás natural e a de diesel, talvez não seja um resultado tão grandioso, mas há reduções consideráveis dos poluentes locais, como óxidos de nitrogênio (75%), material particulado (88%) e hidrocarbonetos (100%).
Apesar das vantagens econômicas e ambientais apresentadas, o GNL ainda enfrenta barreiras regulatórias para sua utilização generalizada no setor dos transportes. “Ele não é regulamentado como combustível de veículos no Brasil. A maioria do GNV [gás natural veicular] usado é gás natural comprimido, o GNC”, disse a Dra. Mouette.
Acesse a notícia completa na página da EACH-USP.
Fonte: EACH-USP. Agência FAPESP. Imagem: Pixabay.
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