Notícia

Tinta inovadora com capacidade de impermeabilização ao radônio usa resíduos de cascas de ovos

Projeto europeu ‘ShellutionPlus’ procurou desenvolver cargas minerais biogênicas de forma inovadora e sustentável para a formulação de tintas e de papel

Freepik

Fonte

Universidade de Coimbra

Data

terça-feira, 21 maio 2024 17:25

Áreas

Biotecnologia. Engenharia Ambiental. Gestão de Resíduos. Indústria. Inovação. Materiais. Sustentabilidade. Tecnologias. Toxicologia.

Uma equipe de especialistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em colaboração com o Instituto Pedro Nunes (IPN), em Portugal, desenvolveu uma tinta inovadora por adição de resíduos de cascas de ovos com capacidade de impermeabilização à passagem do gás radônio – um gás radioativo incolor e inodoro de origem natural.

“O projeto ShellutionPlus procurou desenvolver cargas minerais biogênicas de forma inovadora e sustentável para a formulação de tintas e de papel, conciliando os desafios associados à gestão e processamento de um resíduo alimentar com o desempenho técnico dos novos produtos desenvolvidos”, explicou a Dra. Teresa Vieira, professora no Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC.

O que diferencia o carbonato de cálcio existente no ovo da galinha do que ocorre na natureza e do sintético “é a nano porosidade que está presente na casca do ovo, e que se mantém durante o processamento da tinta, contribuindo para melhorar certas propriedades óticas e potencializar o efeito de barreira à passagem do gás radônio», complementou o Dr. João Duarte, pesquisador do IPN, acrescentando que esta nova composição de tinta está patenteada.

“No caso da indústria papeleira demonstrou-se o potencial das cargas minerais biogênicas para a melhoria das propriedades de resistência mecânica», afirmou o Dr. Paulo Ferreira, professor no Departamento de Engenharia Química e que coordenou o projeto na FCTUC, na linha de pesquisa sobre papel.

Todavia, revelaram os coordenadores do projeto, “não se avançou com a utilização deste carbonato de cálcio à escala industrial porque a capacidade de produção de casca de ovo em Portugal não é suficiente para satisfazer as necessidades das empresas produtoras de papel”.

Apesar dos resultados promissores, esta inovação enfrenta ainda alguns desafios e necessita de otimização. A quantidade insuficiente de produção da casca de ovo é um problema, mas a questão da separação da parte orgânica e inorgânica está também tornando difícil a sua comercialização.

“Ainda assim, no futuro o impacto deverá ser positivo, tanto para quem produz o resíduo, que o consegue encaminhar e evitar a ida para o aterro, como também para quem o recebe, uma vez que poderá ter um produto melhorado em algumas características e que advém de um resíduo, posicionando, desta forma, a indústria na vanguarda da sustentabilidade», concluíram.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Coimbra.

Fonte: Sara Machado, FCTUC. Imagem: Freepik.

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