Notícia

Temporais no Sul e seca no Norte: os efeitos do El Niño no Brasil

Fenômeno deve se manter até o fim deste ano

Divulgação, INPE

Fonte

Agência Brasil

Data

segunda-feira, 2 outubro 2023 11:35

Áreas

Cidades. Ciência Ambiental. Clima. Geociências. Geografia. Meteorologia. Modelagem Climática. Mudanças Climáticas. Oceanografia. Políticas Públicas. Sociedade.

Ultimamente, os termômetros de várias cidades no Brasil atingiram marcas recordes acima de 40ºC por causa de uma onda de calor intenso. No Rio Grande do Sul, temporais inundaram centenas de municípios. O Amazonas pede por água diante de uma das secas mais severas do Rio Negro. Estas variações no clima do país são explicadas pelos efeitos do fenômeno El Niño.

O fenômeno ocorre quando as águas do Pacífico, próximas à Linha do Equador, passam por um aquecimento acima do normal por um período de no mínimo seis meses. Ele altera a formação de chuvas, a circulação dos ventos e a temperatura e impacta de forma diferente as regiões da América do Sul, consequentemente do Brasil, como informou o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

Chuvas no Sul

Um dos efeitos do El Niño é o aumento de chuvas no Sul do país. Isso porque há uma grande circulação de ventos, que acaba interferindo no movimento de outros ventos, impedindo o avanço de frentes frias pelo território brasileiro. Com isso, as frentes ficam estacionadas por mais tempo na Região Sul, disse o Inmet.

Um boletim divulgado em setembro revelou que as chuvas no Rio Grande do Sul chegaram a aproximadamente 450 milímetros, de 1º a 19 de setembro, quando a média histórica no estado varia de 70 mm a 150 mm.

Para outubro, novembro e dezembro, a tendência de chuvas acima do normal na região permanece.

“Nos primeiros 19 dias de setembro, a precipitação acumulada está acima da média em todo o estado do Rio Grande do Sul. Entretanto, nos demais estados do país, há um déficit de precipitação, com volumes superiores a 50 mm abaixo da média histórica na Região Norte. Esta previsão reflete as características típicas de El Niño sobre o Brasil. Já a previsão de temperatura indica maior probabilidade de valores acima da faixa normal na maior parte do país”, disse o relatório produzido pelo Inmet, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastre (CENAD).

Em razão dos fortes temporais, o Lago Guaíba, em Porto Alegre, subiu mais de 3 metros e transbordou, alagando ruas e avenidas. A prefeitura precisou fechar comportas e reforçar a contenção das águas com sacos de areia.

Seca no Norte

Enquanto o Sul enfrenta enchentes, estados do Norte sofrem com a estiagem. No Amazonas, a capital, Manaus, decretou, no último dia 28 de setembro, situação de emergência em razão da seca do Rio Negro, que está em 16,11 metros (m), nível mais baixo para o período. Já são 17 municípios amazonenses em alerta por causa da estiagem.

A seca intensa e prolongada tem relação com o El Niño. Durante o fenômeno climático, chove com intensidade e frequência no meio do Oceano Pacífico. Nessas chuvas, o ar quente e seco continua circulando, porém desce no norte da América do Sul, dificultando a formação de nuvens carregadas e de chuvas nas regiões Norte de Nordeste do Brasil.

“A previsão climática para o Brasil para Outubro-Novembro-Dezembro 2023 indica maior probabilidade de chuva abaixo da faixa normal entre o leste, o centro e a faixa norte do Brasil, com maiores probabilidades sobre o norte do país”, informou o boletim do Inmet.

De acordo com nota técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), com base na quantidade de chuvas observada nos meses de setembro e outubro de 2015, quando foi registrado El Niño de grande intensidade, o número de municípios do Norte do país que irão sofrer com seca severa este ano deve ser maior, pelo menos 34% superior maior em relação a agosto de oito anos atrás.

As previsões indicam grande probabilidade do El Niño se manter até, pelo menos, o fim de 2023.

Acesse a notícia completa na página da Agência Brasil.

Fonte: Carolina Pimentel, Agência Brasil. Imagem: anomalia (diferença entre o valor registrado e a média histórica) da temperatura da superfície do mar na região do Oceano Pacífico entre os dias 10 e 17 de junho de 2023. Fonte: Divulgação, INPE.

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