Notícia

Startup usa fungos para gerar soluções tecnológicas para a construção civil e para a indústria de embalagens

Material pode substituir plásticos, poliestireno expandido e outros materiais danosos ao meio ambiente utilizados na indústria de embalagens e na construção civil

Divulgação

Fonte

Fundação Araucária

Data

sábado, 13 março 2021 12:05

Áreas

Biotecnologia. Construção Civil. Empreendedorismo. Engenharia Ambiental. Gestão de Resíduos. Negócios. Sustentabilidade.

Pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) desenvolveram um material produzido a partir do crescimento de fungos em resíduos da agroindústria que pode substituir plásticos, poliestireno expandido e outros materiais danosos ao meio ambiente utilizados na indústria de embalagens e na construção civil.

Chamada de tecnologia Mush, a iniciativa é pioneira no Brasil e deu nome à startup iniciada pelos pesquisadores. “Nosso material utiliza cascas, bagaços, talos, serragem, entre outros, que são utilizados como fonte de nutrientes e suporte para o crescimento de um fungo. Esse crescimento é feito em moldes e o produto final adquire o formato do molde utilizado”, explicou o Dr. Eduardo Bittencourt Sydney, professor de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da UTFPR.

Ao final do processo o fungo é inativado e o produto torna-se 100% seguro. Leandro Inagaki Oshiro, estudante do curso de Engenharia Química, ressaltou que além de agregar valor a resíduos do agronegócio, o material é 100% biodegradável e de baixo custo de produção: “É altamente escalonável e resulta na produção de um material durável, leve, que apresenta resistência à chama, à umidade, resistência mecânica e faz absorção acústica”.

O projeto da equipe composta por quatro pesquisadores foi uma das iniciativas apoiadas pelo Programa Sinapse da Inovação, promovido pelo Governo do Estado por meio da Fundação Araucária, com o apoio do Sebrae e do Sistema Fiep.

“As mentorias realizadas ao longo do programa ajudaram a moldar a filosofia da empresa. O apoio financeiro nos permitiu avançar de forma muito mais veloz para o estabelecimento de uma tecnologia de produção e desenvolvimento do produto”, enfatizou o Dr. Eduardo Bittencourt.

O produto

Visando uma produção em larga escala, os pesquisadores criaram uma coleção de produtos voltados ao conforto acústico chamada “Coleção Íris”, desenvolvida em parceria com o Furf Design Studio. Os sócios esperam que a coleção seja a porta de entrada da startup Mush no território nacional.

“Ela combina arte, ciência e funcionalidade na criação de ambientes residenciais e corporativos mais confortáveis e sustentáveis. Estamos buscando investimento para ampliação de escala de produção para atender as demandas de mercado nesse setor”, comentou o pesquisador Dr. Antônio Carlos de Francisco. “As placas acústicas funcionam como um revestimento de parede, uma solução funcional e artística que substitui aquelas famosas espumas tradicionalmente utilizadas”, completou.

Em paralelo, a equipe está desenvolvendo soluções para o mercado de embalagens e construção civil. “Temos uma parceria importante com uma multinacional de origem brasileira e juntos estamos buscando um co-investidor para validar a tecnologia”, disse o Dr. Antonio Carlos,  que é um dos sócios da startup.

Um dos grandes diferenciais do projeto é propor uma mudança de comportamento do consumidor em relação às embalagens. “A nossa ideia é que a nossa embalagem não seja descartada no lixo, mas que tenha um segundo uso sendo reaproveitada na forma de fertilizante em hortas. Estamos na fase de testes para obtermos esta comprovação”, explicou o Dr. Eduardo Bittencourt Sydney.

Acesse a notícia completa na página da Fundação Araucária.

Fonte: Ticiane Barbosa, Fundação Araucária. Imagem: Divulgação.

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