Notícia

Software auxilia municípios na escolha da estação de esgoto

Dificuldades de gestores na escolha e preocupação financeira e ambiental motivaram criação do programa por pesquisadores da USP

ETE - Jundiaí/SP. Canal Ambiental T4H.

Fonte

Jornal da USP | Universidade de São Paulo

Data

sexta-feira, 25 maio 2018 12:00

Áreas

Gestão Ambiental, Saneamento, Saúde

Software desenvolvido na USP em Ribeirão Preto compara seis tipos diferentes de estações de tratamento de esgoto sanitário mais usados no País, apresentando os respectivos custos de implantação, operação e manutenção para auxiliar gestores municipais na escolha do mais adequado para a sua cidade.

Batizado de ETEx, a ferramenta pretende otimizar os investimentos dos municípios brasileiros nesta área, barateando custos com adequação ambiental. Para o desenvolvimento do programa, a equipe estudou 61 projetos de estações de tratamento de esgoto e realizou entrevistas com órgãos de gestão e especialistas em saneamento básico no Brasil.

“Os dados coletados serviram de suporte à montagem do software, após validação com a realidade dos 5.570 municípios brasileiros”, revelam os autores do projeto, professores Dra. Sonia Valle Walter Borges de Oliveira, Dr. Marcio Mattos Borges de Oliveira e Dr. Alexandre Bevilacqua Leoneti, todos do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP.

Os testes com a nova ferramenta mostraram que ela identifica os seis melhores modelos de Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário (ETEs). Assim, para escolher o sistema adequado para sua cidade, basta o gestor entrar com informações pessoais, como nome, formação, profissão, instituição, município, estado, e-mail e senha e com dados do projeto (quantidade de habitantes, vazão média, vazão total e temperatura média do mês mais frio). Logo após, ao clicar “Comparar alternativas de ETEs”, serão apresentadas as seis alternativas de sistemas e, com isso, o gestor escolhe a melhor alternativa para a realidade do município.

“É inegável a contribuição do tratamento de esgoto para a preservação das águas. Se a ferramenta colabora para baratear o processo de escolha das ETEs, o meio ambiente também sairá ganhando”, argumenta a professora Sônia. Aspectos econômicos, como investimento em saneamento e o tratamento do esgoto sanitário, serão beneficiados pela tomada de decisão mais assertiva do gestor, que “poderá dispensar custos da elaboração de diversos projetos e orçamentos para obter essas informações”.

Ainda de acordo com a professora, a expectativa é que o programa de computador ajude países que ainda têm dificuldade na implantação de ETEs. “Espero que a plataforma possa ser o passo inicial para o processo de universalização do tratamento de esgoto, tanto no Brasil quanto em outros países que ainda possuem dificuldades nesse setor.”

Rede de esgoto ainda patina no Brasil

O software ETEx pode ser a alternativa para o Brasil alcançar a meta do compromisso que firmou com a Organização das Nações Unidas (ONU), de tratar 100% do esgoto até 2030. Sem contar que esse é um investimento em saúde pública e na preservação do meio ambiente. De acordo com dados da Trata Brasil, que é uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), no País somente 45% do esgoto sanitário é tratado, serviço que chega a 52% da população, ou seja, aproximadamente 100 milhões de brasileiros não contam com o serviço básico de tratamento de esgoto. Entre as 100 maiores cidades do País, mais de 3,5 milhões de pessoas despejam esgoto irregularmente, mesmo tendo redes coletoras disponíveis.

A média das 100 maiores cidades brasileiras em tratamento dos esgotos foi de 50,26%. Apenas dez delas tratam acima de 80% de seus esgotos. Diante disso, a escolha do sistema de tratamento a ser instalado em uma cidade pode tornar-se uma difícil decisão aos responsáveis, uma vez que diversos fatores interferem em seu custo, funcionalidade e na qualidade ambiental.

Acesse a notícia completa no site do Jornal da USP.

Fonte: Vítor Neves, USP.  Imagem: Canal Ambiental, T4H.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que  cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2025 ambiental t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional em Meio Ambiente, Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account