Notícia

Sobras de plástico são recicladas para produção de mobiliário escolar

Resíduo da indústria de calçados é transformado em material resistente, isolante elétrico e antichamas

Divulgação/IAU-USP

Fonte

Jornal da USP

Data

terça-feira, 19 março 2019 10:05

Áreas

Empreendedorismo. Gestão de Resíduos. Inovação.

No Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Sâo Paulo (IAU-USP), em São Carlos, pesquisadores desenvolveram uma técnica de reciclagem de plásticos não reutilizáveis, que poderão ser empregados na produção de mobiliário escolar. O material reciclado, produzido a partir dos resíduos gerados por uma indústria de calçados, é isolante térmico, elétrico e possui excelente resistência mecânica, além de ser antichamas. Além da fabricação de cadeiras e estantes, entre outros móveis, o material pode ser aplicado na construção civil, na construção de forros e paredes.

O plástico reciclado foi desenvolvido no Laboratório de Construção Civil (LCC) do IAU-USP, em pesquisa coordenada pelo professor Dr. Javier Mazariegos Pablos. No que se refere ao comportamento frente à temperatura, existem dois tipos de plásticos (polímeros): os termoplásticos que, ao serem aquecidos, tornam-se maleáveis e, portanto, podem ser reutilizados; e os polímeros termofixos, que mesmo aquecidos não são maleáveis e, portanto, não reutilizáveis. O Dr. Javier Pablos, os alunos de doutorado Gustavo Ribeiro Palma e Victor José dos Santos Baldan, e o arquiteto Everton Randal Gavino, ex-aluno do IAU-USP, decidiram reciclar os polímeros termofixos, construindo mobiliários escolares.

A matéria-prima vem de uma indústria calçadista de Nova Hamburgo (Rio Grande do Sul), que utiliza polímeros termofixos para produção de saltos de sapatos, rodas de skate, entre outras coisas. E é justamente com as sobras desses materiais que os pesquisadores trabalham. “As indústrias não sabem o que fazer com essas sobras, e mandam tudo para os aterros sanitários”, conta o professor do IAU-USP.

O material, cujo nome técnico é compósito de poliuretana termofixa reciclada, está em processo de patenteamento. Já o projeto de confecção de mobiliários escolares foi submetido à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), tendo sido aprovado como Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), e recebido um investimento de cerca de R$ 200 mil. “A ideia é fazer pranchetas, cadeiras, estantes etc.”, conta o Dr. Javier Pablos.

Entretanto, por apresentar tantas características promissoras, o compósito oferece muitas possibilidades de uso, entre elas como forro e como paredes em sistemas de steel frame (gaiola de aço, na tradução para o português), sistemas inovadores que não utilizam água para sua construção, são rápidos de montar e muito leves. “Esses sistemas já são largamente utilizados no Japão e na Europa, mas no Brasil ainda não”, diz o Dr. Javier Pablos. A metodologia proposta pode ser adaptada a diversos outros materiais que podem ser mais um fardo para o meio ambiente, a exemplo das cápsulas de café, que vêm sendo estudadas por uma aluna de iniciação científica do professor do IAU-USP.

Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.

Fonte: Assessoria de Comunicação do IAU-USP e Jornal da USP. Imagem: Divulgação/IAU-USP.

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