Notícia
Resíduos de saúde para COVID-19 expõem urgência na melhoria de sistemas de gerenciamento
Dezenas de milhares de toneladas de resíduos utilizados na resposta à pandemia da COVID-19 pressionaram os sistemas de gerenciamento de resíduos de saúde em todo o mundo, ameaçando a saúde humana e ambiental e expondo a necessidade urgente de melhorar práticas de gestão de resíduos
OPAS/OMS
Fonte
Nações Unidas Brasil
Data
sábado, 5 fevereiro 2022 12:15
Áreas
Gestão de Resíduos. Gestão Hospitalar. Saúde.
Dezenas de milhares de toneladas de resíduos extras utilizados na resposta à pandemia da COVID-19 pressionaram os sistemas de gerenciamento de resíduos de saúde em todo o mundo, ameaçando a saúde humana e ambiental e expondo uma necessidade urgente de melhorar práticas de gestão de resíduos, de acordo com um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O relatório da OMS Global analysis of health care waste in the context of COVID-19: status, impacts and recommendations baseia suas estimativas nas aproximadamente 87 mil toneladas de equipamentos de proteção individual (EPI), que foram adquiridos entre março de 2020 e novembro de 2021 e enviados para apoiar os países em suas necessidades urgentes de resposta à COVID-19 por meio de uma iniciativa conjunta de emergência da Organização das Nações Unidas. Espera-se que a maior parte destes equipamentos tenha acabado como lixo.
Os autores observaram que isso apenas fornece uma indicação inicial da escala do problema de resíduos utilizados na resposta à COVID-19. O relatório não leva em consideração nenhuma das commodities relacionadas à COVID-19 adquiridas fora da iniciativa, nem resíduos gerados pelo público, como máscaras médicas descartáveis.
O relatório aponta que mais de 140 milhões de kits de testes, com potencial para gerar 2,6 mil toneladas de resíduos não infecciosos (principalmente plásticos) e 731 mil litros de resíduos químicos (equivalente a um terço de uma piscina olímpica) foram enviados, enquanto mais de 8 bilhões de doses de vacina foram administradas globalmente, produzindo 144 mil toneladas de resíduos adicionais na forma de seringas, agulhas e caixas de segurança.
À medida que a ONU e os países lutavam com a tarefa imediata de garantir e assegurar a qualidade do fornecimento de EPI, menos atenção e recursos foram dedicados ao manejo seguro e sustentável dos resíduos de saúde relacionados à COVID-19.
“É absolutamente vital fornecer aos profissionais de saúde o EPI certo”, disse o diretor executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Dr. Michael Ryan. “Mas também é vital garantir que ele possa ser usado com segurança sem afetar o meio ambiente”.
Isso significa ter sistemas de gestão eficazes, incluindo orientação para os profissionais de saúde sobre o que fazer com EPI e produtos de saúde depois de usados.
Hoje, 30% das instalações de saúde (60% nos países menos desenvolvidos) não estão equipadas para lidar com as cargas de resíduos existentes, muito menos com a carga adicional gerada pela COVID-19. Isso potencialmente expõe os profissionais de saúde a ferimentos com agulhas, queimaduras e microrganismos patogênicos, além de impactar as comunidades que vivem perto de aterros mal administrados e locais de descarte de resíduos por meio do ar contaminado pela queima de resíduos, má qualidade da água ou pragas transmissoras de doenças.
O desafio de resíduos gerados pela COVID-19 e a crescente urgência de abordar a sustentabilidade ambiental oferecem uma oportunidade de fortalecer os sistemas para reduzir e gerenciar de forma segura e sustentável os resíduos de serviços de saúde. Isso pode ser feito por meio de políticas e regulamentações nacionais fortes, monitoramento e relatórios regulares e maior responsabilidade, apoio à mudança de comportamento e desenvolvimento da força de trabalho e aumento de orçamentos e financiamento.
Acesse a notícia completa na página das Nações Unidas Brasil.
Fonte: Larissa Domingues e Luís Felipe Sardenberg, OPAS/OMS e Nações Unidas Brasil. Imagem: OPAS/OMS.
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