Notícia
Reduzindo o plástico em jardins
Resultados do estudo, embora sejam preocupantes, também mostram que a contaminação pode ser reduzida em jardins e outras áreas por meio de práticas de projeto, plantio e jardinagem mais cuidadosas
Pixabay
Fonte
Universidade Flinders
Data
segunda-feira, 11 outubro 2021 16:00
Áreas
Poluição. Sustentabilidade.
Como os resíduos de plástico são um problema mundial, os consumidores podem tomar medidas para reduzir o uso e reciclar mais embalagens domésticas – inclusive em seu próprio quintal.
Um novo estudo sobre a contaminação de microplásticos em amostras de jardins residenciais sugere que forros de plástico para canteiros de jardins paisagísticos, cobertura morta produzida comercialmente e restos de plásticos descartados são comumente encontrados após sete ou mais anos de degradação regular. A amostragem de solo de jardins, realizada por cientistas da Universidade de Newcastle, Universidade Flinders e CRC CARE, na Austrália, destacou que os microplásticos de várias fontes no experimento apontam que “o plástico está em toda parte”.
“O plástico está em toda parte, então mais cedo ou mais tarde haverá microplástico, neste caso com plástico deixado na cobertura morta usada em um jardim de quintal e outras fontes possíveis”, disse o Dr. Cheng Fang, autor principal do estudo e pesquisador sênior do Centro Global para Remediação Ambiental da Universidade de Newcastle. “O microplástico está recebendo cada vez mais atenção como um contaminante emergente. Mesmo depois de sete anos de decomposição natural, as pessoas o encontrarão em seus jardins a partir dessas fontes comuns de jardinagem”, destacou o pesquisador.
O professor Dr. Youhong Tang, colaborador da Universidade Flinders, afirmou que, embora os resultados sejam preocupantes, eles também mostram que a contaminação pode ser reduzida em jardins e outras áreas por meio de práticas de projeto, plantio e jardinagem mais cuidadosas.
“As pessoas podem estar tentando reciclar e tomar as decisões ambientais corretas, mas também precisam remover o máximo de plástico possível para evitar futura contaminação por microplásticos”, disse o professor Tang.
O acúmulo de resíduos plásticos está aumentando nos ecossistemas marinhos e terrestres, liberados no meio ambiente em diferentes tamanhos, que vão da macro à nanoescala. Fragmentos de plástico entre 0,5 mm e até 5 mm foram encontrados no experimento.
O professor Dr. Ravi Naidu, CEO do Centro Global para Remediação Ambiental de Newcastle, disse que o estudo “nos dá uma ideia clara da exposição potencial a microplásticos em um ambiente doméstico”.
“Agora podemos trabalhar para entender o risco que isso representa, bem como maneiras de reduzir esse risco, limpar a poluição existente e evitar que os microplásticos entrem em nosso ambiente em primeiro lugar”, continuou o professor Naidu.
Usando algoritmos baseados em lógica e imagens Raman no Laboratório de Microscopia e Microanálise da Universidade Flinders, os cientistas foram capazes de caracterizar e mostrar como os microplásticos são liberados após cerca de sete anos devido à degradação normal, condições meteorológicas ou abrasão. O Dr. Christopher Gibson, do Laboratório de Microscopia e Microanálise, disse que a imagem Raman de alta resolução “tem um grande potencial na detecção e caracterização de plásticos – não apenas em microescala, mas em nanoescala”. Por exemplo, a imagem sugere que a quantidade de nanoplásticos liberada de um volume de plástico no tamanho de 5 mm x 5 mm x 5 mm é equivalente, em massa ou peso, a 1 x 109 peças de microplásticos no tamanho de 5 μm x 5 μm x 5 μm, ou equivalente a 1 x 1018 peças de nanoplásticos no tamanho de 5 nm x 5 nm x 5 nm.
“Portanto, se nos preocupamos com a contaminação dos microplásticos e nanoplásticos, devemos ter muito cuidado com o uso de itens de plástico em nossos jardins”, conclui o estudo, publicado na revista científica Frontiers in Environmental Science.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Flinders (em inglês).
Fonte: Universidade Flinders. Imagem: Pixabay.
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