Notícia

Redução de emissões não é suficiente para mitigar as mudanças climáticas

Fonte

Universidade Politécnica de Madri

Data

quinta-feira, 10 dezembro 2020 07:00

Áreas

Mudanças Climáticas. Políticas Públicas. Qualidade do Ar.

Qual é a influência humana nas mudanças climáticas? O efeito estufa está se acentuando? A mitigação das mudanças climáticas vai transformar nosso modelo socioeconômico? Podemos e devemos nos adaptar às mudanças climáticas? Essas são algumas das questões que dez especialistas internacionais abordam no estudo “Mudanças climáticas: bases científicas e questões para debate”, coordenado pelo Dr. Julio Lumbreras, professor da Universidade Politécnica de Madri, na Espanha.

Os cientistas argumentam que o aquecimento do sistema climático é “inequívoco”. Nesse contexto, asseguram que os “objetivos do Acordo de Paris ainda são tecnicamente viáveis, bem como economicamente favoráveis”, mas argumentam que “não basta fixar metas de redução de emissões”.

Segundo os autores, “parte das alterações climáticas parece inexorável e é necessário desenvolver estratégias de adaptação aos impactos previsíveis e inevitáveis”. Uma adaptação que não só terá de ser mantida por muito tempo, mas provavelmente deverá constituir um novo normal tanto para nós como para as gerações futuras.

No documento, promovido pela Fundação Naturgy e preparado pela Universidade Politécnica de Madrid em colaboração com a Universidade Harvard, os especialistas afirmam a necessidade de abordar as mudanças climáticas de uma perspectiva abrangente e holística. “É necessário propor soluções sistêmicas: considerando as cidades como um todo, as cadeias de valor industriais, as economias agrícolas regionais e os mercados de capitais e os sistemas financeiros como problemas climáticos complexos”.

Não apenas reduzindo emissões, a resposta está na inovação sistêmica

Em todo caso, os cientistas concordam que “essas transformações devem ter as pessoas e as sociedades no centro: elas são a principal causa das mudanças climáticas e a principal solução”.

Nesse sentido, grandes avanços tecnológicos têm sido desenvolvidos na mitigação das emissões de alguns setores como a geração de energia, a ponto de termos implantado sistemas de geração de energia elétrica 100% renovável em algumas partes do mundo. No entanto, isso não é suficiente.

Para que a vida humana na Terra para as gerações futuras não seja comprometida, os especialistas dizem que “mudanças transformacionais que abordem o problema em profundidade” são necessárias. Essa transformação só pode ser feita com “inovação sistêmica, ou seja, não só inovação tecnológica, mas também social, política, econômica, financeira e institucional”.

Ciência e mudanças climáticas: dez especialistas de renome internacional

A publicação coordenada pelo Dr. Julio Lumbreras, que também é professor visitante da Escola de Saúde Pública de Harvard, conta ainda com a participação do Dr. Pedro Linares, professor da Escola Politécnica de Madri, e do Dr. Iñigo Losada, diretor de Pesquisa do Instituto de Hidráulica Ambiental da Universidade de Cantabria (IHCantabria).

Os cientistas que colaboraram no estudo são:

• Dr. Rafael Borge, diretor do Laboratório de Modelagem Ambiental da Universidade Politécnica de Madri;
• Dra. Kirsten Dunlop, CEO da Climate-KIC;
• Dr. Dieter Gerten, professor de Mudança Climática Global e Hidrologia na Universidade Humboldt em Berlim;
• Dr. Howard Herzog, pesquisador da ‘Iniciativa de Energia’ do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT);
• Dr. Rubén Juanes, professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental do MIT;
• Dr. José Manuel Moreno, professor de Ecologia da Universidade de Castilla-La Mancha e ex-vice-presidente do WG2-IPCC; e
• Dra. Asunción St-Claire, membro do Conselho da Missão da CE sobre Adaptação às Mudanças Climáticas.

Acesse o webinar completo na Fundação Naturgy (em espanhol).

Acesse a notícia completa na Universidade Politécnica de Madri (em espanhol).

Fonte: Universidade Politécnica de Madri. Imagem: Etaplus via Unsplash.