Notícia

Raios durante tempestades: cuidados e os desafios da pesquisa

Especialista em raios da Suécia alerta para o perigo durante tempestades com trovões e os desafios de compreender o fenômeno

Yarenci Hdz via Unsplash

Fonte

Universidade Uppsala

Data

quarta-feira, 14 julho 2021 07:15

Áreas

Ciência Ambiental. Ciência Atmosférica. Meteorologia.

Em geral, as tempestades são mais comuns no verão. Isso ocorre porque as nuvens de trovão (cúmulos-nimbos) precisam de forte calor ao nível do solo para que o ar se eleve e crie nuvens espessas. Estas, por sua vez, geram relâmpagos.

“Quanto mais densa a nuvem, mais relâmpagos existem. O que é necessário para gerar relâmpagos é o calor, mas também a umidade no ar para criar tempestades. É por isso que temos tempestades no verão”, disse o Dr. Vernon Cooray, físico e professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Uppsala, na Suécia.

O Dr. Cooray tem feito pesquisas sobre trovões e relâmpagos há 40 anos. Ele e seus colegas têm um conselho padrão quando se trata de se proteger contra trovões: “Se você ouvir um trovão, não vá para a rua. Essa é a melhor maneira de se proteger de quedas de raios. Normalmente, a probabilidade de alguém ser morto por um raio é muito, muito pequena”, disse o pesquisador, que ressalta que a ocorrência de tempestades na Suécia não é muito alta e que as pessoas estão realmente cientes do perigo que correm.

“Normalmente  a pessoa não morre, mas na pior das hipóteses pode ficar inconsciente. Pode entrar em choque e pode não se lembrar do que aconteceu. Se você receber um raio diretamente, na cabeça, por exemplo, o risco de morrer é muito alto. Na maioria das vezes, de alguma forma, o raio apenas nos atinge”, explicou o Dr. Cooray.

Os edifícios são construídos em concreto reforçado com metal. Portanto, permanecer dentro de casa é como ficar dentro de uma gaiola. “Uma ‘gaiola de metal’ é a melhor proteção contra raios”, destacou o pesquisador.

Como um raio começa?

Outro foco de pesquisa do Dr. Vernon Cooray é a física do relâmpago. O que acontece quando um raio cai e quais são os efeitos?

“Ainda não sabemos como os relâmpagos começam dentro da nuvem de tempestade. Em nosso laboratório de alta tensão, podemos usar um eletrodo de metal e aplicar um pulso de alta tensão elétrica a ele – criando um mini raio. Mas ainda não sabemos como essa alta tensão é criada dentro da nuvem”, disse o professor.

Existem duas teorias diferentes. Uma é que a tensão elétrica necessária surge durante as colisões entre gotículas de água, cristais de gelo e granizo; a outra teoria assume que o raio é disparado pela radiação cósmica.

Além de experimentos no laboratório de alta tensão, os cientistas da Universidade Uppsala usam uma instalação de pesquisa na Suíça. Trata-se de uma torre de 100 metros de altura localizada nas montanhas, a 2.500 metros de altitude, que é atingida por raios cerca de 100 vezes por ano.

“Enviamos nosso equipamento para medir os raios X e os raios gama gerados pelo raio. Os pesquisadores suíços têm instalações para ver o que acontece dentro da nuvem de tempestade, então, quando os combinarmos, temos uma boa ideia de como o relâmpago é iniciado”, disse o Dr. Cooray.

Novos instrumentos levantam novas questões

Outra questão vital de pesquisa é como os relâmpagos geram raios X e radiação gama. Em experimentos no laboratório de alta tensão, os raios X podem ser medidos. Mas a questão é: como isso surge?

“Essa é a coisa estranha. Depois de fazer pesquisa nos últimos cem anos, você pode pensar que saberíamos tudo sobre tempestades e relâmpagos. Mas o tempo passa e novos equipamentos são desenvolvidos. Cada vez que você aponta um novo instrumento para uma nuvem de tempestade, você encontra algo novo”, disse o pesquisador.

Usando ondas de rádio, os pesquisadores estão tentando entender o que acontece dentro de uma nuvem de tempestade. Esta pesquisa está sendo realizada em colaboração com países tropicais, como Sri Lanka, onde as tempestades são mais comuns do que na Suécia.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Uppsala (em inglês).

Fonte: Annica Hulth, Universidade Uppsala. Imagem: Yarenci Hdz via Unsplash.

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