Notícia

Qualidade do ar em salas de aula: boa ventilação é fundamental para reduzir risco de transmissão da COVID-19 e manter o desempenho acadêmico

Fonte

Universidade de Queensland

Data

quinta-feira, 22 setembro 2022 06:05

Áreas

Ciência Ambiental. Educação Ambiental. Monitoramento Ambiental. Qualidade do Ar. Saúde.

Garantir que as salas de aula estejam bem ventiladas é fundamental para reduzir o risco de transmissão da COVID-19 e manter o desempenho acadêmico, revelou uma pesquisa da Universidade de Queensland, na Austrália.

A equipe do projeto Study Fresh da Universidade de Queensland, liderada pelo Dr. Stephen Snow, colocou sensores de dióxido de carbono (CO₂) em 67 salas de aula em escolas primárias e secundárias na Grande Brisbane ao longo de 2021.

O professor Stephen Snow disse que 42 salas de aula registraram concentrações de CO₂ acima de 1.800 partes por milhão (ppm) – uma concentração que representa um risco elevado de transmissão de COVID-19 e pode afetar negativamente alguns aspectos do desempenho dos alunos. “De forma preocupante, as concentrações de CO₂ em 16 salas de aula permaneceram acima de 1800 ppm por mais de três horas em uma ou mais ocasiões”, disse o pesquisador.

O dióxido de carbono é exalado por humanos e se acumula rapidamente em espaços mal ventilados, portanto, medir a quantidade de CO₂ fornece uma boa estimativa da qualidade do ar em salas ocupadas. De acordo com OzSAGE, um órgão científico australiano independente, as leituras de CO₂ acima de 1.500 ppm indicam um alto risco de infecção por COVID-19.

Estudos também mostraram que aspectos do desempenho cognitivo podem ser temporariamente afetados pela exposição sustentada a concentrações acima de 1.800 ppm.

O Dr. Stephen Snow disse que estar ciente da necessidade de introduzir ar fresco nas salas de aula é de importância crítica, pois as crianças frequentam a escola em meio à pandemia. “É fácil para as concentrações de CO₂ em sala de aula excederem os limites de risco para transmissão da COVID-19, porque geralmente não percebemos que a qualidade do ar está diminuindo e a maioria das salas de aula não possui monitores de CO₂”, disse o professor Snow. Ele destacou que a chave para melhorar a qualidade do ar nas salas de aula é simples – abrir as janelas, sempre que possível, para estimular a entrada de ar fresco.

“Muitas salas de aula antigas têm ar condicionado instalado, o que é fantástico para o clima quente de Queensland, mas nem todas introduzem ar fresco. Se o ar condicionado estiver desligado, mantenha as janelas abertas, para que você tenha um suprimento constante de ar fresco e, se puder, abra as janelas em dois ou mais lados da sala para criar fluxo”. Se você precisar do ar condicionado, feche as janelas enquanto ele estiver funcionando para que a sala possa esfriar, mas considere abrir portas e janelas entre as aulas ou durante o almoço, para substituir o ar na sala”, reforçou o pesquisador.

O Dr. Stephen Snow também sugeriu o uso de monitores de CO₂ nas salas de aula, para que a qualidade do ar possa ser monitorada. “Precisamos estar realmente conscientes do quanto estamos ventilando as salas de aula. Como parte de nosso projeto Study Fresh, colaboramos ativamente com as escolas e envolvemos os alunos como cientistas cidadãos para construir e programar seu próprio protótipo de sensor de CO₂ e medir a qualidade do ar da sala de aula”, disse o professor.

“Ao se envolver neste projeto, os alunos podem contribuir para pesquisas significativas, se envolver com cientistas e aumentar sua alfabetização científica fazendo perguntas críticas”, concluiu o Dr. Stephen Snow.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Frontiers in Computer Science.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Queensland (em inglês).

Fonte: Universidade de Queensland. Imagem: Divulgação, Universidade de Queensland.