Notícia
Projeto pretende regenerar solos queimados por incêndios
Abordagem poderá ser aplicada a outras áreas de Portugal e outras regiões do globo
Martin Lopalka, WIkimedia Commons
Fonte
Universidade do Porto
Data
terça-feira, 19 março 2019 14:35
Áreas
Agricultura. Recursos Naturais. Ciência Ambiental.
O projeto GreenRehab, liderado pela Dra. Paula Tamagnini, pesquisadora do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), em Portugal, propõe o desenvolvimento de um sistema de baixo custo, ecológico e de fácil implementação para a reabilitação de solos queimados.
Em 2017, vários municípios portugueses foram afetados por incêndios que, além dos enormes danos humanos e materiais, causaram um impacto profundo no patrimônio florestal e ambiental, já que os solos ficaram degradados e vulneráveis à erosão sobretudo por escorrências superficiais. É neste contexto que o i3S, em colaboração com a Câmara Municipal de Mortágua e de dois outros centros de pesquisa da Universidade do Porto – GreenUPorto/FCUP e CIBIO-InBIO – ,”visa desenvolver um sistema para a reabilitação rápida e controlada de solos queimados, através da aplicação de cianobactérias e microalgas, que irão funcionar como espécies pioneiras e iniciar/acelerar a formação de crostas biológicas do solo, criando as condições para o estabelecimento das comunidades de plantas vasculares, entre outras”, explica a Dra. Paula Tamagnini.
A pesquisadora Dra. Paula Melo, do GreenUPorto/FCUP, esclarece ainda que “o consórcio de microrganismos selecionado pelas propriedades promotoras do crescimento das plantas e de melhoria da estrutura do solo irá travar a erosão e atuar como biofertilizante, promovendo a produtividade dos solos e acelerando a sua recolonização após o fogo”.
O projeto, que terá uma duração de três anos e contará com um financiamento de 180 mil euros, vai ter início ainda neste mês de março, em Mortágua, um dos povoados mais afetados pelos fogos que atingiram Portugal nos últimos anos. Numa primeira fase será feita a coleta de crostas de solos de regiões próximas das áreas queimadas para isolamento das cianobactérias e microalgas. Estes microrganismos serão depois testados de modo a selecionar os que possuem características adequadas para o melhoramento de solos e para favorecer o crescimento de plantas e, só em 2020, os microrganismos selecionados serão cultivados em larga escala (em colaboração com um parceiro industrial – A4F) para obter a biomassa necessária para testar em áreas queimadas restritas do povoado de Mortágua, que irão servir como piloto.
O GreenRehab reúne uma equipe multidisciplinar constituída por especialistas em microbiologia molecular, qualidade de solos, fisiologia vegetal e ecologia de diferentes unidades de pesquisa que, em sinergia, vão fazer “o primeiro levantamento sistemático de cianobactérias e microalgas presentes nos solos portugueses”. Esta abordagem, acreditam as pesquisadoras principais, Dra. Paula Tamagnini e Dra. Paula Melo, “pode, no futuro, ser aplicada a outras áreas de Portugal e/ou a outras regiões do globo”. “Com o GreenRehab, a equipe pretende também contribuir para implementar uma colaboração entre a academia, a indústria e as autoridades locais, uma estratégia que nos parece fundamental para o setor florestal português”, concluem as especialistas.
Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.
Fonte: Luísa Melo, i3S/Universidade do Porto. Imagem: Martin Lopalka, Wikimedia Commons.
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