Notícia

Projeto investiga como minimizar desastres ambientais em serras da Mata Atlântica

Área de estudo do projeto fica no município de Nova Friburgo (RJ), um dos mais afetados no megadesastre de 2011

Dra. Ana Paula Turetta, Embrapa Solos

Fonte

Embrapa | Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Data

quinta-feira, 23 maio 2024 14:25

Áreas

Cidades. Ciência Ambiental. Clima. Desigualdade Socioambiental. Ecologia. Geociências. Geografia. Modelagem Climática. Mudanças Climáticas. Saúde Ambiental. Sociedade. Solo.

Entender o conceito de multifuncionalidade da paisagem é fundamental no contexto de ocorrência de eventos extremos como os que têm acontecido no Brasil nos últimos anos, que variam desde ondas de calor e longos períodos de estiagem, até chuvas intensas e concentradas, culminando em enchentes de grande magnitude e deslizamentos. Isso é o que vêm mostrando os resultados parciais de um projeto coordenado pela Embrapa Solos, intitulado ‘Paisagens funcionais em tempo de mudanças climáticas: Co-criação de soluções para o desenvolvimento urbano sustentável em regiões serranas na Mata Atlântica‘.

Como explicaram os cientistas envolvidos no projeto, a multifuncionalidade da paisagem considera o potencial de provisão simultânea de vários serviços do ecossistema em diferentes escalas, que podem gerar vários benefícios para a sociedade. Por exemplo, uma área de produção agropecuária que adote práticas conservacionistas e diversificação de culturas, podendo incluir também o componente arbóreo no sistema, irá, além de produzir alimentos, facilitar a infiltração de água no solo, diminuir o escoamento superficial, a erosão e o assoreamento dos rios e contribuir com a biodiversidade, dentre outros serviços ambientais.

O projeto, com vigência até dezembro de 2024, dará origem a um documento que irá compilar todos os resultados gerados e as diretrizes desenvolvidas para melhorar a gestão e avaliação de risco das mudanças climáticas, incorporando questões relacionadas às seguranças hídrica e alimentar. Um outro documento, mais simplificado, será voltado aos tomadores de decisão, com indicação de diretrizes e estratégias que possam ser utilizadas para tornar cidades mais resilientes aos impactos das mudanças climáticas.

O trabalho conta com a parceria da Embrapa Agrobiologia, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro (Emater-RJ), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade de São Paulo (USP), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Comitê de Bacia da Região Hidrográfica do Rio Dois Rios, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Os pesquisadores explicaram que a área de estudo do projeto fica no município de Nova Friburgo (RJ), um dos mais afetados no megadesastre de 2011, causado por chuvas intensas que afetaram a Região Serrana do estado do Rio de Janeiro. Esse evento causou cerca de mil mortes, e estimativas do Banco Mundial apontam para custos totais da ordem de R$ 4,78 bilhões em relação a perdas e danos.

“Estamos gerando soluções desenvolvidas de forma participativa a partir do diálogo entre múltiplos conhecimentos, especialmente ao nível local, para a identificação dos riscos relacionados aos impactos das mudanças climáticas em paisagens funcionais múltiplas e seus efeitos na sustentabilidade hídrica e alimentar. O modelo gerado poderá contribuir para a tomada de decisões em áreas serranas da Mata Atlântica expostas aos impactos negativos das mudanças climáticas”, explicou a Dra. Ana Paula Turetta, pesquisadora da Embrapa Solos e líder do projeto.

“Entendemos que existe a necessidade de uma visão integrada, uma vez que habitamos um grande mosaico composto por espaços urbanos, periurbanos e rurais, que apresentam uma diversidade de cenários políticos, sociais e culturais. Então, não adianta pensarmos em soluções isoladas, porque a ocorrência de um desastre natural não é um evento isolado, uma vez que influencia não só a área afetada e seu entorno, mas outras regiões, com implicações inesperadas. Por isso, para que se tenha respostas eficazes para a adaptação às mudanças climáticas, é preciso considerar essa complexidade de usos da terra e suas interações”, complementou a cientista.

Acesse a notícia completa na página da Embrapa.

Fonte: Fernando Gregio, Embrapa Solos. Imagem: área de estudo do projeto fica no município de Nova Friburgo (RJ). Fonte: Dra. Ana Paula Turetta, Embrapa Solos.

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