Notícia

Projeto de dispositivo que recicla água vaporizada de usinas termoelétricas ganha prêmio de 100 mil dólares no MIT

Oito equipes lançaram ideias de negócios e três receberam prêmios em dinheiro na competição anual de empreendedorismo

Michael Last, MIT

Fonte

MIT | Instituto de Tecnologia de Massachusetts

Data

sexta-feira, 18 maio 2018 07:50

Áreas

Engenharia Ambiental. Recursos Hídricos. Inovação.

O grande vencedor deste ano da Competição de Empreendedorismo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos,  foi uma empresa iniciada no MIT que desenvolveu um sistema que captura e recicla vapor de usinas termoelétricas. A água reciclada pode ser usada constantemente no sistema de resfriamento da usina, economizando milhões de litros e dólares anualmente ou sendo transportada como água potável para áreas com escassez de água.

“Quatro mil crianças morrem todos os dias porque não têm acesso a água potável, e a crise da água está piorando. Nossa missão é ajudar a resolver a crise de água e a economizar 10 bilhões de dólares por ano nas usinas”, disse Maher Damak, estudante de pós-graduação em engenharia e co-fundador da empresa “Infinite Cooling“, durante a apresentação do projeto. A tecnologia foi baseada, em parte, na tese de pós-graduação de Damak.

A maior competição anual de empreendedorismo do MIT, agora em seu 29º ano, pode auxiliar empresas nascentes em três fases: Apresentar, Acelerar e Lançar novos produtos. Ao todo, oito equipes finalistas, incluindo os três vencedores do prêmio, lançaram ideias de negócios para o público e para um painel de juízes, incluindo empresários e especialistas do setor.

Nos Estados Unidos, cerca de 39% (ou cerca de 605 bilhões de litros por dia) de toda a água retirada de água doce –  volume total removido de fontes como lagos e rios – são destinados a usinas termoelétricas. Normalmente, a água é constantemente despejada em torres de resfriamento evaporativo, onde uma parte da água evapora para resfriar a água restante. Uma usina de 250 Megawatts, por exemplo, consome a mesma quantidade de água que 100 mil usuários residenciais e gasta 5 milhões de dólares em água anualmente.

A empresa “Infinite Cooling” – apoiada por financiamento de bolsas e outras competições para startups, incluindo o Prêmio de Energia Limpa de 2017 – desenvolveu um sistema pode ser adaptado no topo de torres de resfriamento, onde captura o vapor d’água excedente. O sistema também elimina a necessidade de tratar a água com milhares de litros de produtos químicos antes de ser reciclada. “Como o nosso dispositivo é capaz de coletar esta água pura recondensada, não só podemos reduzir as perdas evaporativas, mas também reduzir requisitos de tratamento de água, que é um processo caro”, disse o co-fundador e co-inventor Karim Khalil, graduado em engenharia mecânica.

A startup otimizou a geometria e a química de superfície de seu coletor para capturar 80% das gotas de água líquida no ar. De acordo com a startup, o dispositivo poderia reduzir o consumo de água de uma usina em 20 a 30 por cento. Mas a startup tem outros planos para sua tecnologia, além de economizar custos em usinas. “Acreditamos que podemos ter um impacto profundo na crise global da água”, disse Damak.

Como exemplo, Damak apontou para a Cidade do Cabo, na África do Sul, que atualmente enfrenta escassez de água causada pela seca. A cidade está atualmente tentando instalar usinas de dessalinização para fornecer água potável. No entanto, a apenas 15 quilômetros da cidade, disse Damak, está uma usina nuclear de 2 Gigawatts. Se a usina usasse a tecnologia da “Infinite Cooling” em suas torres, ela poderia fornecer três vezes mais água em comparação com as usinas de dessalinização de água.

“Mais amplamente, acreditamos que podemos transformar cada usina de energia costeira (mundial) em uma unidade de dessalinização de baixo custo, economizando US $ 15 bilhões por ano em custos de eletricidade e salvando vidas”, concluiu Damak.

Acesse a matéria completa na página do MIT (em inglês).

Fonte: Rob Matheson, MIT News Office. Imagem: Michael Last, MIT.

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