Notícia

Projeto da UFF conserva a biologia marinha brasileira através do monitoramento de ilhas oceânicas

Projeto possui papel fundamental no entendimento dos ecossistemas das ilhas oceânicas, criando informações básicas para soluções de problemas ambientais atuais e futuros

Dra. Marina Nasri Sissini, UFF

Fonte

UFF | Universidade Federal Fluminense

Data

quarta-feira, 10 agosto 2022 17:25

Áreas

Biodiversidade. Biologia. Ciência Ambiental. Ecologia. Monitoramento Ambiental. Oceanografia. Recursos Naturais.

O Brasil possui quatro ilhas oceânicas tropicais: Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Atol das Rocas, Arquipélago de Fernando de Noronha, e o de Trindade e Martin Vaz. Essas ilhas são extremamente isoladas, com pouco impacto humano, possuem espécies únicas e um importante papel como fonte de biodiversidade no mundo. Ainda assim, são desconhecidas para a maioria das pessoas.

É nesse contexto que se insere o projeto ‘Monitoramento de longa duração das comunidades recifais das ilhas oceânicas brasileiras’, que integra o Programa Ecológico de Longa Duração (PELD) do CNPq, também sendo conhecido, por esse motivo, de PELD ILOC (ILOC = ilhas oceânicas). O projeto, que tem a coordenação do Dr. Carlos Eduardo Ferreira, professor do Departamento de Biologia Marinha da Universidade Federal Fluminense (UFF), possui um papel fundamental no entendimento dos ecossistemas das ilhas oceânicas, criando assim informações básicas para soluções de problemas ambientais atuais e futuros. O objetivo é o de pesquisar e promover os resultados obtidos ao longo dos anos para a comunidade científica e sociedade em geral, além de produzir conhecimento para criação de políticas públicas que atuam na proteção da biodiversidade ao redor das ilhas oceânicas brasileiras.

De acordo com o coordenador do projeto, essas ilhas têm como característica a distância e o isolamento da costa, sendo, portanto, menos impactadas pela influência humana, tal como a poluição e a pesca predatória. Dessa maneira, essas ilhas ainda sustentam uma abundância de recursos marinhos maior do que os dos ecossistemas costeiros como, por exemplo, espécies de peixes grandes e tubarões, que já não estão presentes na costa em virtude da pesca intensiva.

“Todas as ilhas oceânicas brasileiras têm parte da sua área protegida como refúgio contra a pesca, ou mesmo sua área total, como no Atol das Rocas. Por serem isoladas da costa, também possuem muitas espécies endêmicas, que evoluíram sem influência da costa, e somente existem nas ilhas oceânicas. Muitas dessas espécies endêmicas de invertebrados marinhos, como corais, esponjas e mesmo algas, possuem grande potencial farmacológico. Estudar e conservar a biodiversidade marinha é importante para a sociedade entender como os impactos humanos afetam os ecossistemas marinhos e as espécies de animais e invertebrados, recursos importantes que na costa já foram superexplorados e começam a faltar. As ilhas oceânicas são o único retrato de como eram os ecossistemas marinhos da costa no passado”, enfatizou o professor.

As expedições científicas para cada uma das quatro ilhas oceânicas brasileiras tiveram início em 2013. Nelas, são monitorados diferentes componentes do sistema recifal, como peixes, organismos associados ao fundo (bentônicos) e saúde das colônias de corais. Também são coletados organismos para a investigação de compostos com potencial biotecnológico e outros para a identificação da presença de organismos tóxicos ao ser humano. Para isso, além da equipe de alunos que compõem o projeto, o PELD ILOC tem capacitado mergulhadores, fotógrafos e voluntários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em protocolos de monitoramento.

A Dra. Marina Nasri Sissini, uma das bolsistas integrantes do PELD ILOC, bióloga e pós-doutora pela UFF, é a coordenadora técnica do projeto. A pesquisadora explicou que “todas essas expedições requerem um planejamento detalhado e uma logística desafiadora. Com exceção de Fernando de Noronha, onde é possível chegar de avião, nas outras ilhas só é possível chegar de navio, levando de um a cinco dias de navegação. É preciso ter uma equipe capacitada tanto para a amostragem dos diferentes objetivos que o projeto contempla, como também para questões de segurança e convivência em locais isolados, já que podemos passar até dois meses isolados”, destacou.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal Fluminense.

Fonte: Assessoria de Imprensa/UFF. Imagem: Dra. Marina Nasri Sissini, UFF.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que  cadastrados no Canal Ambiental e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Ambiental, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 ambiental t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional em Meio Ambiente, Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account