Notícia
Processo elimina contaminantes do óleo de palma
Pesquisadora avaliou a utilização da lavagem e os parâmetros de qualidade do produto ao final do processo de refino
Divulgação
Fonte
Jornal da Unicamp
Data
sexta-feira, 31 maio 2019 10:50
Áreas
Agricultura, Monitoramento Ambiental, Saúde.
Talvez poucos saibam que o óleo de palma, extraído por prensagem a frio da polpa do fruto da palmeira oleaginosa Elaeis guineenses, é o mais utilizado no mundo na produção de alimentos processados como frituras industriais, chocolates, massas, margarinas, cremes vegetais, biscoitos, pães, doces, sorvetes, papinhas para crianças, e também de cosméticos, detergentes, sabões e sabonetes, entre outros. Cerca de 80% de sua produção destina-se à indústria alimentícia e 20% a empresas óleo-químicas e na obtenção de biodiesel. Os maiores produtores mundiais são a Malásia e a Indonésia. O Brasil, que ocupa a nona posição, tem sua produção concentrada no Pará, onde é majoritariamente extraído pela Agropalma, empresa de capital nacional que também mantém planta industrial de refino em Limeira, na região metropolitana de Campinas.
Embora de emprego amplo e consagrado, sua utilização em alimentos tem sido contestada nos últimos anos, principalmente na Europa, devido à presença de traços de contaminantes que se formam durante o seu refino e que, com o progressivo aperfeiçoamento dos instrumentos de análise, passaram a ser identificados. A preocupação com esses contaminantes se justifica por causa do seu efeito tóxico no organismo, o que tem motivado, em todo o mundo, a procura por processos que evitem a formação dessas impurezas indesejáveis, ausentes no óleo bruto, mas que se formam durante o seu processamento a altas temperaturas e baixas pressões.
Esse é o foco de linha de pesquisa mantida pela professora Dra. Klicia Araujo Sampaio, do Departamento de Engenharia de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, que orientou o mestrado da engenheira de alimentos Jéssika Karolline Santiago, que avaliou a utilização da lavagem do óleo de palma bruto, oriundo de diferentes plantares, com vistas à redução de contaminantes, e analisou os parâmetros de qualidade do produto ao final do processo de refino. O projeto foi desenvolvido em colaboração com o Centro de Ciência e Qualidade de Alimentos (CCQA) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), onde foram realizadas, entre outras, as análises dos contaminantes.
O trabalho considerou óleos de palma oriundos de três cultivos diferentes fornecidos pela Agropalma: o convencional, que utiliza fertilizantes e agrotóxicos; o orgânico, que não faz uso desses implementos; e o sustentável (RSPO), forma de cultivo baseada no Roundtable on Sustainable Palm Oil – Mesa Redonda Sustentável do Óleo de Palma, de que participaram representantes de sua cadeia produtiva, que consiste em preservar os solos de grandes desmatamentos. Os óleos derivados dos três processos foram considerados primeiramente pela busca da sociedade por produtos orgânicos e sustentáveis e também para que pudesse ser verificado se fertilizantes e agrotóxicos clorados têm relação com a formação de contaminantes e se estes também estão presentes nos óleos oriundos dos outros cultivares. Foram considerados ainda no estudo óleos brutos armazenados por seis meses e óleos frescos, recém-extraídos.
Acesse o conteúdo completo na página do Jornal da Unicamp.
Fonte: Carmo Gallo Netto. Imagem: Antoninho Perri – divulgação.
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