Notícia
Plantas invasoras são tema de pesquisas na UFSCar
A proposta é conhecer qual é o impacto ambiental, social e econômico de algumas plantas invasoras
Mariana Ignatios, CCS/UFSCar
Fonte
UFSCar | Universidade Federal de São Carlos
Data
segunda-feira, 14 maio 2018 09:00
Áreas
Agricultura, Biodiversidade
Estudar plantas exóticas e invasoras é o foco da docente Dalva Maria da Silva Matos, do Departamento de Hidrobiologia (DHb) da UFSCar. “Somos cerca de 30 pesquisadores estudando o assunto, em parcerias entre universidades brasileiras e estrangeiras”, conta a professora. As pesquisas coordenadas por ela, no Laboratório de Ecologia e Conservação, são realizadas juntamente com a Secretaria de Gestão Ambiental e Sustentabilidade (SGAS) da Universidade, onde os experimentos estão montados. Alguns projetos são financiados por órgãos como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Conselho Britânico.
A pesquisadora explica que a proposta é conhecer qual é o impacto ambiental, social e econômico de algumas plantas invasoras e, quando necessário, saber como reverter os prejuízos causados por elas. Também faz parte dos estudos saber como a fauna e a flora nativas se comportam em relação às invasoras, revelando possíveis mudanças na cadeia trófica e reorganizações que podem influenciar todo o ecossistema.
A planta exótica é aquela dada como proveniente “de fora” da flora original local onde se instalou, ou seja, não é autóctone do ambiente nativo. Em muitos lugares do mundo, as plantas exóticas causam desequilíbrios no ecossistema e são consideradas como espécies invasoras. Essas plantas, geralmente, são introduzidas como ornamentais, para controle de erosão, alimentação, exploração florestal ou mesmo por acidente. Dalva Matos conta que, entre os projetos que ela coordena atualmente, dois deles são sobre espécies nativas no Brasil que são invasoras em outros países, como a Alternanthera Philoxeroides, a erva de jacaré; e a Sphagneticola Trilobata, a margaridinha de jardim.
O projeto sobre a Alternanthera Philoxeroides envolve pesquisadores da Universidad da Coruña (Espanha) e da Taizhou University (China). “Aqui no Brasil é uma planta discreta, não cresce muito, mas em vários países invade áreas úmidas, formando grandes touceiras. Por exemplo, essa espécie invade as plantações de arroz na China e também causa problemas na Europa e Estados Unidos”, relata a docente. O objetivo do estudo é avaliar como a planta se desenvolve em diferentes países e também no Brasil. Além disso, descobrir como combatê-la, sem usar herbicida. “Por isso estamos procurando agentes biológicos que combatam a Alternanthera; queremos produtos extraídos de outras plantas para evitarmos agroquímicos”, explica.
A coordenadora destaca outra pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais (PPGERN) da UFSCar, pela doutoranda Lilian de Mattos, e que tem por objetivo avaliar a influência da Cerejeira de Okinawa, originária do Japão e que foi trazida para o Brasil por sua beleza e importância cultural, mas que causa aparentemente um grande dano aos serviços ecossistêmicos, pois onde é plantada não nasce nada em volta. Em seu trabalho, Lilian de Mattos investiga a fitotoxicidade da cerejeira sobre as espécies nativas e também avaliará a sua influência na percolação da água no solo.
A orientadora conta que há cerca de 15 anos realiza pesquisas sobre invasões biológicas. “Além das pesquisas, ofereço cursos para a população em geral poder conhecer mais sobre as plantas invasoras e o impacto que elas acarretam no ecossistema, na economia, na expansão de doenças, enfim, os malefícios que as acompanham. Muitas vezes a introdução de uma planta dessas em um ambiente acontece de forma totalmente inocente, mas se configura como crime ambiental”, destaca a pesquisadora.
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Fonte: Mariana Ignatios. Imagem:Mariana Ignatios – CCS/UFSCar, Divulgação.
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