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Pesquisas buscam melhores formas de usar a biomassa

Cientistas da UFSCar, Unicamp, USP e Embrapa trabalham para tentar solucionar desafios que envolvem o uso da biomassa em uma economia sustentável

Pixabay

Fonte

Agência FAPESP | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

Data

sexta-feira, 19 outubro 2018 16:00

Áreas

Energia, Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos, Recursos Naturais, Sustentabilidade.

Desenvolvimento sustentável é “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”, de acordo com o Relatório Brundtland, publicado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.  O mesmo relatório, intitulado Nosso Futuro Comum, sugere uma série de medidas a serem tomadas pelos países para promover o desenvolvimento sustentável, entre elas o desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energéticas renováveis.

O Brasil é um dos países que mais usam fontes energéticas renováveis e, além disso, não depende tanto do petróleo para seus veículos como os demais países. O motivo é o uso de biocombustíveis, especialmente o etanol, feito à base do caldo extraído da cana-de-açúcar. Mas há outro tipo de etanol de potencial imenso, o etanol celulósico, obtido do bagaço e da palha da cana – também chamado de etanol de segunda geração.

O etanol celulósico é um dos mais importantes exemplos do uso de biomassa lignocelulósica para produção de combustíveis líquidos renováveis.

“É um consenso que uma economia sustentável dependerá de uma multiplicidade de fontes de energia, mas a biomassa irá desempenhar um papel importante”, disse o Dr. Roberto de Campos Giordano, professor titular no Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), na FAPESP Week Belgium, realizada nas cidades de Bruxelas, Liège e Leuven de 8 a 10 de outubro de 2018.

“Além disso, as biorrefinarias terão de produzir moléculas e monômeros [que se combinam na formação de polímeros] para substituir os derivados do petróleo. No entanto, uma lacuna importante ainda precisa ser superada: como fazer essa transição na economia real?”, disse o Dr. Giordano, que dirige o Laboratório de Desenvolvimento e Automação de Bioprocessos, e falou no evento sobre a contribuição da engenharia de processos e sistemas para viabilizar o uso da biomassa em uma economia de baixo carbono.

Segundo o Dr. Giordano, muito trabalho ainda deve ser feito em duas vertentes: o desenvolvimento de bioprocessos avançados e o desenvolvimento de ferramentas computacionais que “apoiem a análise de viabilidade tecno-econômica-ambiental desde o início da pesquisa de processos produtivos com baixo impacto de carbono”.

Ambos os aspectos estão sendo abordados por um grupo interinstitucional de oito laboratórios reunidos no Projeto Temático Da fábrica celular à biorrefinaria integrada Biodiesel-Bioetanol: uma abordagem sistêmica aplicada a problemas complexos em micro e macroescalas, coordenado professor Giordano e que integra o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

“O projeto se propõe a enfrentar desafios tecnológicos colocados por uma nova concepção de biorrefinaria integrada, aproveitando sinergias entre os processos de produção dos dois mais importantes biocombustíveis no contexto brasileiro: bioetanol de primeira e segunda gerações, a partir da cana-de-açúcar, e biodiesel, a partir de óleos vegetais e, também, de fonte microbiana”, disse.

“Para tanto, reunimos pesquisadores com larga experiência na área, de várias instituições do Estado de São Paulo. Biocombustíveis líquidos de fontes renováveis são a espinha dorsal dessa biorrefinaria, baseada em rotas bioquímicas, mas moléculas de maior valor agregado também têm sua produção estudada”, disse.

O Projeto Temático reúne várias linhas de pesquisa, como: Síntese, otimização e análise tecno-econômica-ambiental integrada à simulação da refinaria de bioetanol; Obtenção de biomoléculas de valor agregado a partir de subprodutos dos processos de produção de biocombustíveis ou da biomassa presente na biorrefinaria; e Integração dos processos de produção de etanol de segunda geração e do biodiesel etílico usando subprodutos da produção de combustíveis como matéria-prima.

Acesse a notícia completa no site da Agência FAPESP.

Fonte: Heitor Shimizu, de Bruxelas, Agência FAPESP. Imagem: pixabay.

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