Notícia

Pesquisadores do Brasil e Portugal desenvolvem produtos inovadores para controle de mosquitos do gênero Aedes

Produtos desenvolvidos têm na sua base óleos naturais, extraídos de plantas nativas do Brasil e da Ásia

Wikimedia Commons

Fonte

Universidade de Coimbra

Data

segunda-feira, 24 janeiro 2022 12:25

Áreas

Microbiologia. Saúde Pública. Tecnologias.

Uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Universidade de Coimbra (UC), em Portugal, com a participação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Brasil, desenvolveu um conjunto de produtos inovadores de origem natural, seguros e de baixo impacto ecológico, para controlar a proliferação das espécies de mosquito responsáveis pela transmissão de doenças como Dengue, Zika, Chikungunya, febre amarela e febre do Nilo Ocidental.

Os produtos desenvolvidos – distribuídos por duas gamas, uma para eliminar as larvas em água e outra para ser utilizada em armadilhas de captura de insetos – têm na sua base óleos naturais, extraídos de plantas nativas do Brasil e da Ásia, combinados com polímeros biodegradáveis, e recorrem a técnicas e solventes ‘verdes’ e de baixo impacto ambiental. Têm ainda a particularidade de permitirem a libertação controlada dos princípios ativos de forma eficiente.

As formulações desenvolvidas pelos cientistas da UC, da UFBA e da Fiocruz distinguem-se por serem “biodegradáveis, sem propriedades tóxicas ou perigosas para humanos, animais e meio ambiente, e foram pensadas para serem usadas, de uma forma generalizada, no controle de mosquitos do género Aedes (Aedes aegypti, Aedes albopictus e Aedes japonicus), insetos vetores de doenças como a Dengue, Zika, febre Chikungunya, febre amarela e febre do Nilo Ocidental”, destacou o Dr. Hermínio Sousa, pesquisador do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) da UC e coordenador do projeto.

Os testes já realizados em laboratório revelaram que estes produtos são uma alternativa eficaz aos larvicidas e inseticidas sintéticos. “De fato, as formulações já desenvolvidas demonstraram ser eficientes em termos das suas atividades larvicidas para o A. aegypti, seguras e de baixo impacto ecológico. Foram ainda desenvolvidas estratégias que permitiram obter produtos e formulações que podem manter a sua eficiência por períodos bastante longos de tempo”, descreveu o Dr. Hermínio, que também é professor do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (FCTUC).

No entanto, apesar de os testes terem apresentado resultados bastante promissores, para estes produtos chegarem ao mercado ainda são necessários mais estudos. “No caso das larvas, é necessário, por exemplo, otimizar a dose, isto é, verificar se é possível obter a mesma eficácia com uma dose menor. Atualmente, estamos desenvolvendo mais estudos para verificar a eficiência e a segurança das formulações em termos das atividades atrativas para os mosquitos da espécie A. aegypti, para a sua captura em armadilhas», explicou o professor Hermínio Sousa.

No contexto das alterações climáticas, estes mosquitos podem se disseminar e se estabelecer em todo o mundo, de forma muito rápida. “Inevitavelmente, a grande circulação de pessoas e de bens por todo o mundo, decorrentes dos processos de globalização, bem como as alterações climáticas esperadas para os próximos anos, terão grandes efeitos na disseminação e propagação destas espécies para regiões onde ainda não estão estabelecidas e, consequentemente, das doenças por elas transmitidas”, destacou o pesquisador e professor da FCTUC.

Considerando que a Dengue, Zika, Chikungunya, febre amarela e febre do Nilo Ocidental “constituem um problema muito grave de saúde pública em vários países do mundo, com especial ênfase na Ásia, Oceânia, África e América do Sul/Central, incluindo o Brasil”, o Dr. Hermínio Sousa sublinha que é urgente “desenvolver múltiplos meios para o controle eficiente e seguro destes insetos nos meios rurais e urbanos, tanto nas regiões tropicais como nas regiões subtropicais e de clima temperado, e particularmente nos países ibero-americanos e mediterrânicos, como Portugal”.

O passo seguinte da pesquisa, adiantou o coordenador do projeto, será explorar novas abordagens e desenvolver novos estudos, de modo a “expandir o conhecimento já adquirido, quer no combate aos outros dois insetos vetores (A. albopictus e A. japonicus) associados a estas doenças, quer no uso de outros compostos naturais com atividade biológica para o seu controle e de novas formulações e produtos que possam ser comercializados e utilizados pela população em geral”.

O projeto “Formulações inovadoras de base natural para o controle do Aedes aegypti nas regiões ibero-americanas”, envolve ainda a participação de outros pesquisadores do CIEPQPF-UC e foi realizado ao longo dos últimos quatro anos no âmbito de uma cooperação bilateral entre Portugal e o Brasil, tendo sido financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Coimbra.

Fonte: Cristina Pinto, Universidade de Coimbra. Imagem: Aedes albopictus. Fonte: Wikimedia Commons.

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