Notícia

Pesquisadores desenvolvem biolubrificante com líquido da casca da castanha-de-caju

Invenção patenteada busca resolver os problemas inerentes à produção de óleos lubrificantes destinados ao uso industrial

Viktor Braga, UFC

Fonte

UFC | Universidade Federal do Ceará

Data

sábado, 11 fevereiro 2023 12:35

Áreas

Agricultura. Biotecnologia. Gestão de Resíduos. Indústria. Inovação. Materiais. Negócios. Química. Tecnologias.

O líquido da casca da castanha-de-caju (LCC) tem sido bastante estudado em pesquisas da Universidade Federal do Ceará (UFC). Com vasta aplicação tecnológica, a matéria-prima já foi pauta de reportagens na Agência UFC sobre seu uso na geração de produtos que vão de inseticidas a antimicrobianos e antifúngicos. Agora, o LCC rendeu à Universidade sua mais nova patente.

A invenção patenteada busca resolver os problemas inerentes à produção de óleos lubrificantes destinados ao uso industrial (em máquinas e equipamentos, por exemplo). Quando obtidos a partir de origem mineral, com derivados de petróleo, esses produtos são tóxicos para o meio ambiente, por possuírem descarte difícil e serem derivados de uma fonte não renovável.

A utilização de óleos vegetais para a fabricação de lubrificantes, portanto, surgiu como próximo passo desse processo produtivo, já que, além de serem provenientes de fontes renováveis, apresentam melhores propriedades, inclusive melhor aplicabilidade, maior durabilidade e maior segurança.

Ainda assim, apesar das vantagens em relação aos minerais, os óleos vegetais esbarram em outras questões: é uma produção que entra em conflito com os setores agrícolas e alimentícios, pela necessidade de áreas extensas para plantio da matéria-prima e altos custos econômicos ou sociais.

Por isso, o lubrificante obtido a partir do LCC se apresenta como uma alternativa, já que o líquido é um subproduto normalmente extraído durante o processamento da castanha-de-caju para obtenção da amêndoa (o principal objetivo dessa indústria). Como já está inserido em um processo produtivo bem estabelecido, o uso do LCC contorna os problemas de custos e conflitos apresentados pelos óleos vegetais.

O líquido funciona como matéria-prima para a produção dos biolubrificantes por ser constituído principalmente de um composto do tipo fenol chamado cardanol, que tem a característica de aderir a superfícies metálicas, de forma compacta, criando uma película que ajuda na redução do atrito e, consequentemente, do desgaste causado pelo contato entre metais.

Para chegar ao cardanol, o LCC passa por um processo chamado destilação molecular, que permite a obtenção do cardanol em purezas elevadas, removendo outros componentes existentes no LCC que podem interferir no processo de síntese química, como explicou a professora Dra. Selma Mazzetto, coordenadora do Laboratório de Produtos e Tecnologia em Processos (LPT) da UFC e uma das inventoras que assinam a patente.

Acesse a notícia completa na página da Agência UFC.

Fonte: Kevin Alencar, Agência UFC. Imagem: O LCC, de coloração preta, é extraído durante o processo de obtenção da amêndoa da castanha-do-caju. Fonte: Viktor Braga, UFC.

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