Notícia

Pesquisadores descobrem que as mudanças climáticas impactam o plâncton – uma importante fonte de alimento marinho

Fonte

Universidade de Oxford

Data

quarta-feira, 28 abril 2021 11:55

Áreas

Aquecimento Global. Oceanografia.

Um tipo importante de incapacidade do zooplâncton de se adaptar às mudanças climáticas pode ter implicações adversas para as cadeias alimentares marinhas em todo o mundo caso ocorra um grave evento de aquecimento global, descobriram pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Os pesquisadores investigaram como os foraminíferos planctônicos se adaptaram às mudanças nas condições climáticas nos últimos 700.000 anos, ou sete eras glaciais globais – com resultados demonstrando que a espécie manteve um nicho térmico estático durante o período. Isso significa que eles precisariam procurar habitats adequados ou correriam o risco de extinção se a mudança climática fosse repentina e dramática.

Em comparação, as espécies de zooplâncton com nichos flexíveis seriam capazes de se adaptar a essas condições de mudança.

Os cientistas usaram um modelo de clima global atmosfera-oceano para mapear as temperaturas médias anuais ocupadas pelas espécies na superfície do mar e na profundidade de seus habitats. Eles também foram capazes de usar os registros fósseis de foraminíferos para construir um registro preciso dos padrões de distribuição anteriores da espécie. A espécie constrói “conchas” de calcita que capturam carbono e registram uma assinatura isotópica das condições oceânicas passadas, acumulando-se em abundância em grandes áreas do fundo do mar.

“Há muitas incógnitas quando se trata de como as mudanças climáticas poderão afetar a capacidade de adaptação de qualquer espécie. Nossa pesquisa fornece um importante ponto de partida nos esforços para entender como os ambientes subaquáticos são sensíveis às mudanças climáticas e como isso pode afetar até mesmo espécies unicelulares em nossos oceanos”, disse Gwen Antell, autora principal do estudo e doutoranda do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Oxford.

Embora seja improvável que os foraminíferos desapareçam completamente de nossos oceanos no caso de um aquecimento repentino, eles provavelmente se redistribuirão pelo mundo, dizem os cientistas. Isso provavelmente terá um efeito cascata no resto da cadeia alimentar marinha.

“Nesta fase, não está claro qual seria esse efeito. O que podemos ter a certeza é que as alterações climáticas estão em curso, conforme demonstrado pelo aquecimento e acidificação contínua dos oceanos. Portanto, tomar medidas para mitigar isso é fundamental”, disse Gwen Antell.

Os cientistas também pediram mais apoio para impulsionar a pesquisa que visa compreender melhor como as populações marinhas mudam e migram à medida que o aquecimento global continua.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Oxford (em inglês).

Fonte: Universidade de Oxford. Imagem: Foraminíferos: gêneros Calcarina, Sorites e Baculogypsina, da esquerda para a direita. Fonte: Siim Sepp via Wikimedia Commons.