Notícia
Pesquisadores descobrem bactéria do mangue capaz de degradar celulose
Pesquisadores da UFPR também sequenciam genoma da bactéria
Francisca Viana, Canal Ambiental
Fonte
UFPR | Universidade Federal do Paraná
Data
quinta-feira, 28 maio 2020 10:00
Áreas
Biotecnologia. Química Verde. Recursos Naturais.
Uma nova bactéria, descoberta na Baía de Guaratuba, no litoral do Paraná, teve o genoma sequenciado por uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A Streptomyces S3, coletada em uma região de manguezal, tem a capacidade de degradar celulose e quitina, o que pode ter aplicações na indústria, especialmente na produção de etanol de segunda geração. O trabalho foi depositado no National Center for Biotechnology Information, o banco de informações que reúne dados do sequenciamento genômico dos organismos.
Desde 2016, o professor Dr. Luciano Huergo, do Setor Litoral e do Programa de Pós-Graduação em Ciências-Bioquímica, tem trabalhado na coleta, cultura e identificação das propriedades de bactérias de diversos ecossistemas. Com a participação de estudantes do curso de Gestão Ambiental da UFPR Litoral, Maria Vanaina Gonçalves e Marcelo Conzentino, essa coleção de microrganismos está sendo testada para a verificação de atividades enzimáticas que elas possam vir a desenvolver.
A técnica no laboratório envolve a extração de material do solo e o isolamento dos microrganismos em um meio de cultura, para que se multipliquem rapidamente, formando colônias. “Solos em geral e solos de mangue são muito ricos em bactérias. O que fazemos é tentar identificar propriedades interessantes para elas”, explica o Dr. Luciano Huergo.
No caso da Streptomyces S3, segundo o professor, tudo indica que seja ainda desconhecida da comunidade científica, pois não estava catalogada. Colocada para crescer em um meio que só tem celulose, ela demonstrou a propriedade de sintetizar proteínas úteis para a indústria rapidamente. Seu uso pode fazer, por exemplo, com que o bagaço da cana, subproduto no processo de produção do etanol, seja também transformado em combustível.
Atualmente, o principal gargalo na produção de etanol de segunda geração é exatamente a etapa de degradação de celulose. “O grupo de pesquisa agora busca identificar quais são as proteínas responsáveis pela degradação de celulose no genoma, assim será possível produzir estas proteínas em grande quantidade para degradar celulose. Futuramente esta pesquisa poderá ser aplicada para converter os restos de jardim ou o bagaço da cana-de-açúcar em biocombustíveis como etanol”, aponta o Dr. Huergo. Outro composto degradado por essa bactéria é a quitina, um subproduto da carcinicultura e que pode ter mais valor após tratamento enzimático.
Acesse a notícia completa na página da UFPR.
Fonte: Amanda Miranda, UFPR. Imagem: Região de mangue em Barreirinhas, no Maranhão. Fonte: Francisca Viana, Canal Ambiental.
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