Notícia
Pesquisadores constatam redução de toxicidade de agrotóxico no solo com uso de lodo da Estação de Tratamento de Efluentes
Conclusão de pesquisadores da UFFS é de que o lodo pode ser aplicado como ferramenta para a remediação de solos agrícolas contaminados com agrotóxico
Divulgação, UFFS
Fonte
UFFS | Universidade Federal da Fronteira Sul
Data
sexta-feira, 4 novembro 2022 06:40
Áreas
Agricultura. Agronomia. Biologia. Ecologia. Engenharia Ambiental. Gestão de Resíduos. Saneamento. Toxicologia.
A pesquisa ‘Potencial do lodo de estação de tratamento de esgoto na redução da toxicidade do inseticida Imidacloprido para a fauna no solo’, desenvolvida e financiada pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), chegou a conclusões importantes. A principal delas é a redução da toxicidade de agrotóxico no solo a partir do uso do lodo proveniente de uma estação de tratamento de efluentes (ETE).
Além disso, conforme o Dr. Paulo Roger Lopes Alves, coordenador do projeto e professor dos cursos de Engenharia Ambiental e Sanitária e Agronomia da UFFS, o lodo – que é um resíduo gerado em abundância e de difícil descarte – poderá ter uma destinação adequada devido ao seu potencial de remediação de solos agrícolas contaminados com o agrotóxico.
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Environmental Science and Pollution Research.
“O objetivo principal do estudo foi avaliar o efeito da aplicação de doses crescentes de lodo de ETE em solos agrícolas como forma de reduzir o potencial tóxico de um inseticida amplamente utilizado na agricultura para o tratamento químico de sementes (Imidacloprido) para colêmbolos da espécie Folsomia candida, que são bioindicadores de qualidade dos solos”, explicou o professor.
Ou seja, resumidamente: a sobrevivência ou não e os impactos sobre a reprodução desse pequeno animal do solo podem indicar os impactos do uso dos agrotóxicos sobre a saúde dos solos. Por exemplo, os inseticidas aplicados no tratamento de sementes agrícolas causam toxicidade e redução das populações de colêmbolos, o que representa uma perda de saúde do solo. Então, o grupo utilizou doses crescentes do lodo para confirmar se, de fato, o resíduo da ETE poderia ser utilizado como ferramenta para reduzir o potencial tóxico do inseticida Imidacloprido em solos agrícolas.
A pesquisa teve várias fases, passando pela avaliação preliminar da toxicidade individual do lodo e do agrotóxico em solos; a seguir, o grupo realizou experimentos com várias doses de lodo e doses crescentes de agrotóxicos. Os experimentos foram realizados em duas das principais classes de solos do Brasil – Latossolo (argiloso) e Neossolo (arenoso).
O professor advertiu que não é possível usar indiscriminadamente qualquer lodo em qualquer solo. É necessária a análise prévia do material e que ele esteja dentro de determinados padrões. Também há culturas específicas nas quais é possível utilizar o lodo, e outras, como hortaliças, não. Portanto, segundo ele, é fundamental que os produtores busquem orientações técnicas.
Participaram da pesquisa, além do professor Paulo Alves, o professor Dr. Jorge Luís Mattias, também dos cursos de Agronomia e Engenharia Ambiental e Sanitária da UFFS, e a Dra. Elke Cardoso, professora da ESALQ/USP, além dos egressos do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFFS Mikael Renan Lodi, Thalia Smaniotto Graciani, Sabrina Oroski e Felipe Ogliari Bandeira, atualmente doutorando na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com a coorientação do professor Paulo Alves).
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal da Fronteira Sul.
Fonte: UFFS. Imagem: Divulgação, UFFS.
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