Notícia
Pesquisadores buscam soluções específicas que permitam criar infraestruturas verdes com maior grau de diversidade biológica em áreas urbanas
A diversidade biológica nas áreas urbanas continua diminuindo, por exemplo devido ao aumento da densidade de edifícios
Projeto Ecolopes, TUM
Fonte
TUM | Universidade Técnica de Munique
Data
terça-feira, 13 dezembro 2022 06:10
Áreas
Arquitetura. Biodiversidade. Biologia. Cidades. Ecologia. Engenharia Ambiental. Saúde. Sociedade.
A natureza nos arredores das cidades tem um efeito positivo no bem-estar das pessoas. Ao mesmo tempo, a diversidade biológica nas áreas urbanas continua diminuindo, por exemplo devido ao aumento da densidade de edifícios. No projeto Ecolopes, pesquisadores liderados pela Universidade Técnica de Munique (TUM), na Alemanha, buscam soluções específicas que permitam criar infraestruturas verdes com maior grau de diversidade biológica em áreas urbanas.
Como disciplina-chave, a arquitetura tem uma influência considerável nas áreas construídas das cidades e, portanto, também na biodiversidade urbana. “De um modo geral, os arquitetos não planejam a diversidade biológica. Ao mesmo tempo, os esforços de conservação da natureza geralmente não se concentram nas áreas construídas da cidade. A importância da arquitetura na criação de uma infraestrutura urbana verde é ignorada no processo” disse o Dr. Wolfgang Weisser, professor de Ecologia Terrestre na TUM.
“A arquitetura de hoje não pode mais se contentar em criar edifícios que causem o menor impacto possível no meio ambiente. Em vez disso, temos que desenvolver uma arquitetura que contribua para a regeneração do meio ambiente e a preservação da biodiversidade em nosso planeta. Ao mesmo tempo, a arquitetura deve promover o contato entre o homem e a natureza, e não limitá-lo fechando o ambiente”, continuou o professor. E é exatamente este o ponto de partida do projeto Ecolopes (EnveLOPES ECOlógicos).
Novo paradigma de design para a arquitetura
Os cientistas argumentam que a promoção da diversidade biológica deve se tornar uma importante força motriz no projeto arquitetônico. Isso exigirá uma transformação dos princípios de design anteriores na arquitetura, que devem atender a requisitos humanos e não humanos. “Além dos seres humanos, a arquitetura também deve integrar as necessidades de outros organismos, como animais, plantas e até microrganismos como ‘clientes’ adicionais”, disse o Dr. Ferdinand Ludwig, professor de Tecnologias Verdes em Arquitetura Paisagista na TUM.
Processo de design deve incluir várias espécies
Esta nova abordagem de design traz desafios tanto para a arquitetura quanto para a ecologia, uma vez que um design multiespécie vai além das abordagens existentes encontradas na arquitetura e na ecologia. A nova abordagem de projeto agora permite a integração do conhecimento ecológico no processo de projeto arquitetônico.
Para criar um habitat multiespécies, os investigadores propõem a concepção de edifícios com um ‘Ecolope’, uma envolvente (ou envelope) do edifício concebida de acordo com vários critérios que considerem as necessidades de vários organismos. Ao projetar um ecossistema como este em um processo de design de várias espécies, os pesquisadores utilizam descobertas de ecologia, arquitetura e design computacional.
Desenvolvimento adicional do ecossistema após a conclusão dos edifícios
As envolventes dos edifícios já não devem ser consideradas como um nível primário de separação entre o interior e o exterior, mas sim como um espaço arquitetônico inovador concebido como uma transição gradual entre o interior e o exterior, utilizado conjuntamente por um grande número de formas de vida.
O ‘Ecolope’ pode ser uma fachada plantada ou um telhado plantado funcionando como parte do ecossistema circundante e como um espaço usado conjuntamente por humanos, animais, plantas e microrganismos, em constante mudança. “Ele permite processos como a sucessão de habitats de plantas e animais, bem como a erosão e o acúmulo de material como poeira, que ajuda na formação do solo. Esses processos devem ser integrados no processo de projeto”, observou o professor Ludwig.
“Arquiteturas projetadas com uma abordagem multiespécies, ou seja, uma abordagem que integra várias espécies diferentes, podem ser um passo importante para criar relações vantajosas entre humanos e natureza nas cidades. Essas arquiteturas aumentam o bem-estar humano na cidade e ajudam a preservar a diversidade”, concluiu o Dr.Wolfgang Weisser.
Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica People and Nature.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Técnica de Munique (em inglês).
Fonte: Andreas Huber, Centro de Comunicação Corporativa/TUM. Imagem: versatilidade é um dos objetivos declarados do projeto Ecolopes. Fonte: Projeto Ecolopes, TUM.
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