Notícia

Pesquisadoras desenvolvem material biodegradável de amido e colágeno de peixe que pode substituir plástico sintético

Material contribui significativamente para a sustentabilidade na produção de alimentos ao oferecer alternativas viáveis e ecológicas

Ministério Público de Pernambuco via Wikimedia Commons

Fonte

FAPEMAT | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso

Data

quinta-feira, 1 agosto 2024 16:05

Áreas

Biotecnologia. Gestão de Resíduos. Indústria. Materiais. Sustentabilidade. Tecnologias.

Uma equipe de pesquisadoras desenvolveu em laboratório um material biodegradável (biofilmes naturais) obtido a partir de diferentes amidos (mandioca, batata-doce, batata inglesa e batata Asterix) e colágeno de peixe.  O material tem propriedades físico-químicas, mecânicas, estruturais e de biodegradação similares a filmes plásticos, contribuindo significativamente para a sustentabilidade na produção de alimentos ao oferecer alternativas viáveis e ecológicas aos plásticos sintéticos que são derivados de petróleo.

De acordo com apontamentos no projeto da Dra. Raquel Aparecida Loss, professora da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), apenas 10% dos plásticos derivados do petróleo são reciclados, 14% são  incinerados, e os 76% restantes acabam em aterros ou no ambiente natural. Se essa tendência continuar, destacou a professora, em 2050 haverá cerca de 1,1 bilhão de toneladas de resíduos plásticos.

“Com potencial na substituição do plástico sintético, os biofilmes apresentam uma contribuição significativa para a sustentabilidade. Compostos por materiais biológicos, podem ser usados em embalagens de alimentos diversos,  filmes e revestimentos com propriedades biodegradáveis, além de minimizar a poluição e o desperdício, mantendo a qualidade e a segurança dos alimentos, prolongando sua vida útil sem a necessidade de substâncias químicas prejudiciais. Essa transição para materiais mais ecológicos é essencial para promover uma produção alimentar mais sustentável e reduzir os riscos ambientais associados aos plásticos tradicionais”, destacou a Dra. Raquel Loss.

A pesquisa ‘Produção e caracterização de biopolímeros obtidos a partir de amidos de diferentes tubérculos e colágeno de peixe‘ foi apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT), por meio do Edital nº 005/2021 – Mulheres e Meninas na Computação, Engenharias e Ciências Exatas e da Terra.

Como explicou a pesquisadora, a alternativa que existe para substituir os plásticos sintéticos é a elaboração dos filmes biodegradáveis obtidos a partir de matéria-prima renovável, que podem substituir total ou parcialmente este tipo de material: “Para que essa substituição seja viável, utilizamos materiais renováveis, abundantes e de baixo custo. O amido é um exemplo ideal, pois é renovável, abundante e apresenta preço competitivo, comportamento termoplástico e biodegradabilidade”, disse a Dra. Raquel Loss.

Outro biopolímero importante e de baixo custo e com propriedades funcionais adequadas para a fabricação de biofilmes é a gelatina. Obtida a partir de resíduos de pescado, que seriam perdidos durante o beneficiamento,  o material agrega valor e contribui para redução dos impactos ambientais.

A pesquisadora explicou que biofilmes obtidos exclusivamente com amido possuem baixa resistência mecânica e falta de hidrofilicidade. “Com isso surge o biofilme obtido pela mistura de gelatina de pescado e amido, fornecendo proteção aos grânulos contra cisalhamento, ajudando a manter a umidade, reduzindo a sinérese, a solubilidade em água e a absorção de água. Já a adição de amido em filmes de gelatina resulta em aumento da espessura, transparência e resistência mecânica, ampliando a aplicabilidade dos biofilmes.

A combinação de proteínas (colágeno) e polissacarídeos (amido) é um processo utilizado para desenvolver novos materiais e aperfeiçoar as propriedades dos polímeros, resultando em materiais com melhores propriedades em comparação com aqueles feitos de componentes puros.

Acesse a notícia completa na página da FAPEMAT.

Fonte: Widson Ovando, Fapemat. Imagem: mandioca e batata-doce. Fonte: Ministério Público de Pernambuco via Wikimedia Commons.

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