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Pesquisa transforma resíduos da indústria de vacinas em fertilizantes

Pesquisadores do Departamento de Ciência do Solo da UFLA transformaram resíduos das indústrias de vacinas em fertilizantes totalmente esterilizados

Reprodução

Fonte

UFLA | Universidade Federal de Lavras

Data

quinta-feira, 20 agosto 2020 11:35

Áreas

Agricultura. Agronomia. Biotecnologia. Gestão de Resíduos. Tecnologias.

Algumas vacinas utilizam o ovo como matéria-prima para sua produção. As indústrias farmacêuticas desembolsam milhões por ano para cumprir as exigências legais relacionadas ao descarte apropriado dos resíduos gerados nesse processo de produção. Como alternativa a esse descarte, o doutorando Ivan Célio Andrade Ribeiro, do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo (PPGCS) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), desenvolveu uma pesquisa para transformar resíduos das indústrias de vacinas em fertilizantes totalmente esterilizados. A pesquisa foi coordenada pelo professor Dr. Luiz Roberto Guimarães Guilherme.

Como parte da pesquisa, foi elaborado um processo físico-químico para o aproveitamento e a valorização do resíduo de produção de vacinas no Brasil. A metodologia viabiliza a transformação desse resíduo em um fertilizante alternativo totalmente esterilizado, gerando um material que pode retornar ao meio ambiente sem risco de contaminação.

“Atualmente, as indústrias contratam empresas terceirizadas para o descarte adequado desses resíduos em aterros controlados, a um custo elevado. Com a adoção do processo proposto, as indústrias de vacinas deixariam de ter gastos com a disposição em aterros e passariam a ter lucro com a venda dos fertilizantes produzidos”, afirmou Ivan.

Outro fator positivo da pesquisa é que o processo em questão torna-se uma alternativa para que essas indústrias implementem o conceito de economia circular, estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos vigente no País, que incentiva a recuperação, reutilização e valorização de resíduos sólidos gerados em qualquer etapa do processo de produção.

Segundo o professor Luiz Roberto, a pesquisa resolve dois problemas: um em relação ao investimento em sistema de descarte e o outro com a criação de uma fonte de renda. “O investimento em um sistema de descarte em aterros controlados é muito grande. Por isso, essa é uma excelente alternativa. Além disso, os materiais que seriam descartados podem ser utilizados de forma segura como fertilizantes.”

Testes e comercialização

Todas as etapas do processo de produção foram testadas nos laboratórios de Fertilidade e Nutrição de Plantas do DCS. Foi verificado que o fertilizante obtido possui alto teor de fósforo e acidez até mil vezes inferior à de fertilizantes fosfatados comumente encontrados no mercado brasileiro.

Também foi realizado um experimento em ambiente controlado e foi constatado que o fertilizante produzido a partir do resíduo tem capacidade de fornecer nutrientes às plantas do mesmo modo que um fertilizante comercial.

De acordo com Ivan, “o processo de produção do fertilizante já está finalizado e pronto para ser comercializado. Nosso intuito é disponibilizar uma licença de uso do processo desenvolvido e fornecer suporte técnico para as empresas interessadas”. O processo desenvolvido pelos pesquisadores foi classificado entre as 30 melhores ideias submetidas ao Programa Centelha no Estado de Minas Gerais, sendo a única da UFLA a chegar à final. O Programa Centelha é uma iniciativa desenvolvida em diferentes Estados que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil.

Assista ao vídeo de apresentação da pesquisa:

Acesse a notícia completa na página da UFLA.

Fonte: Melissa Vilas Boas, Comunicação/UFLA. Edição do vídeo: Eder Spuri, Comunicação/UFLA. Imagem: Reprodução.

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