Notícia
Pesquisa sugere ligação entre contaminantes e diabetes
Produtos químicos encontrados em roupas, utensílios de cozinha, móveis e pesticidas estão entre os contaminantes estudados
Divulgação, Universidade Carleton
Fonte
Universidade Carleton
Data
quinta-feira, 31 março 2022 12:30
Áreas
Biologia. Biotecnologia. Microbiologia. Química. Saúde.
O diabetes é uma das principais causas de cegueira, insuficiência renal, ataques cardíacos e derrames, e os especialistas em saúde não sabem ao certo por que a incidência vem aumentando tão drasticamente.
A condição crônica impede o corpo de produzir a insulina necessária para regular a quantidade de açúcar na corrente sanguínea ou impede o corpo de usar a insulina que produz de forma eficaz. As taxas de diabetes tipo 1 (uma reação autoimune que faz com que o corpo ataque as células produtoras de insulina) e diabetes tipo 2 (que responde por cerca de 90% de todos os casos e pode ser desencadeada por uma dieta pobre e um estilo de vida sedentário) estão crescendo.
Fatores de risco genéticos desempenham um papel, mas não são os únicos responsáveis por essa tendência alarmante, de acordo com a Dra. Jenny Bruin, pesquisadora e professora de Biologia da Universidade Carleton, no Canadá, que acredita que a exposição a contaminantes ambientais é uma importante culpada.
Para enfrentar esse desafio, a Dra. Bruin está investigando quais contaminantes estão por trás do aumento de ambos os tipos de diabetes. E ela também faz parte de um grande projeto que está desenvolvendo células beta secretoras de insulina em um laboratório que podem ser transplantadas para o corpo para tratar o diabetes tipo 1 e talvez um dia interromper a doença.
“Temos que entender o que está causando o diabetes para resolver o problema subjacente”, disse a professora Jenny Bruin, que migrou da Toxicologia para a pesquisa sobre o diabetes durante uma bolsa de pós-doutorado. “Foi quando aprendi o quão prevalente é essa doença e o quanto ela afeta o dia a dia das pessoas. Você nunca pode desligá-la”.
Compreendendo o Impacto dos Contaminantes Ambientais
A Dra. Jenny Bruin e sua equipe de Carleton estão se concentrando em contaminantes que levam muito tempo para se decompor no ambiente e, da mesma forma, têm uma longa vida útil no corpo humano porque se acumulam em nossa gordura.
Eles estão fazendo experimentos com produtos químicos usados em retardadores de chama, bem como produtos químicos PFAS, que podem ser encontrados em roupas, utensílios de cozinha e móveis. Pesticidas e produtos químicos usados na agricultura também estão em seu radar.
“Sabemos da literatura epidemiológica que as pessoas que têm níveis mais altos de poluentes no sangue também têm taxas mais altas de diabetes. Estamos começando a gerar evidências para mostrar que provavelmente existe uma relação causal”, disse a pesquisadora.
Ao expor as células beta em uma placa de Petri a vários contaminantes, pode-se estudar como sua capacidade de secretar insulina e outras vias moleculares são afetadas. Isso permite que os pesquisadores meçam – em um ambiente controlado, usando células animais e humanas – qual ‘dose’ de cada produto químico tem um impacto, além de explorar a interação entre contaminantes e outras variáveis, como sexo e dietas ricas em gordura.
“Um dos nossos objetivos é fornecer os melhores dados possíveis para as agências reguladoras. Certos produtos químicos podem estar causando ou contribuindo para a incidência de diabetes, por isso estamos avaliando quais concentrações podem ser prejudiciais. Há um enorme valor em alguns dos produtos químicos que usamos, mas precisamos entender seus impactos mais amplos na saúde”, concluiu a Dra. Jenny Bruin.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Carlton (em inglês).
Fonte: Dan Rubinstein, Universidade Carleton. Imagem: Divulgação, Universidade Carleton.
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