Notícia
Pesquisa relaciona clima e disseminação do novo coronavírus em cinco capitais brasileiras
O estudo buscou identificar o possível aumento na transmissão da doença em função da temperatura, umidade relativa e precipitação pluvial
Rafael Silva, Unsplash
Fonte
UFPR | Universidade Federal do Paraná
Data
segunda-feira, 11 maio 2020 15:20
Áreas
Clima. Saúde.
Estudo publicado recentemente na revista científica Science of The Total Environment aponta que cidades com temperaturas próximas a 27 graus Celsius e umidades relativas do ar próximas a 79% tiveram as maiores taxas de transmissão da COVID-19, provocada pelo novo coronavírus. Assinado por cientistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o artigo dá novo direcionamento à relação entre clima e disseminação do vírus. Foram avaliadas cinco cidades brasileiras com alta incidência da doença: Manaus, Fortaleza, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
Ainda, ficou evidente que há uma combinação entre a temperatura e a umidade relativa do ar (condicionada pelos eventos de precipitação), denominada de umidade absoluta, que mais favorece a disseminação da doença. O estudo foi realizado pelos pesquisadores da UFPR Dr. André Auler, do Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, e Dr. Vinício Oliveira, da Câmara de Saúde Coletiva do Setor Litoral. Pela UEPG, participaram os professores Dr. Fábio Cássaro e Dr. Luiz Pires, ambos do Departamento de Física.
Segundo o Dr. André Auler, o estudo buscou identificar o possível aumento na transmissão da doença em função da temperatura, umidade relativa e precipitação pluvial. Os autores destacam a importância de um estudo local, pois a informação até então disponível foi baseada em estudos conduzidos em países mais frios que o Brasil, com temperatura média de aproximadamente três graus Celsius.
Calor
“Com base nesses estudos, o aumento da temperatura, por exemplo, reduziria a transmissão do vírus. Contudo, no Brasil não tem se observado esse comportamento. A exemplo as cidades das regiões Norte e Nordeste, locais com maiores taxas de incidência e mortalidade”, conforme o estudo. Os autores ainda destacam que, em função destes estudos, pode existir a falsa impressão de que a doença não seria um problema tão grave no território nacional.
Com isso, segundo o Dr. Vinício Oliveira, são necessárias políticas e ações intersetoriais capazes de mitigar os efeitos da pandemia, principalmente em cidades onde a taxa de contaminação está aumentando rapidamente, com o objetivo de reduzir a transmissão e o possível colapso do sistema de saúde. Devem ser adotadas medidas de prevenção e proteção nessas cidades, sendo o isolamento social a medida mais eficaz.
Os pesquisadores pretendem continuar o estudo. “Faremos o mapeamento não apenas com variáveis meteorológicas, mas também com variáveis socioeconômicas, indicadores de qualidade de vida, taxas de isolamento social, informações sobre saneamento básico, entre outras”, concluiu o Dr. Vinício Oliveira.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da UFPR.
Fonte: Aline Gonçalves/Secom-Litoral e Superintendência de Comunicação Social da UFPR. Imagem: Pôr do sol em Manaus, Amazonas. Fonte: Rafael Silva, Unsplash.
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