Notícia
Pesquisa investiga degradação de resíduos de medicamentos
Compostos pode colocar em risco a saúde humana e o meio ambiente
Divulgação
Fonte
UFMT | Universidade Federal de Mato Grosso
Data
quarta-feira, 24 janeiro 2024 20:30
Áreas
Biologia. Biotecnologia. Ciência Ambiental. Gestão de Resíduos. Microbiologia. Monitoramento Ambiental. Qualidade da Água. Saneamento. Saúde. Tecnologias. Toxicologia.
Os resíduos produzidos cotidianamente ainda são um desafio na sociedade, em especial aqueles provenientes de medicamentos ingeridos pelos seres humanos, pois não são totalmente metabolizados e consequentemente excretados intactos pela urina e fezes chegando aos esgotos domésticos e/ou hospitalares.
Com o intuito de investigar caminhos para degradação de alguns desses compostos, pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), tem como objeto de estudo a Tansulosina, que é amplamente utilizada pela população masculina no tratamento de distúrbios prostáticos, como a hiperplasia prostática benigna (HPB). O medicamento também é utilizado por pacientes no processo de expulsão de cálculos ureterais.
Em recente artigo publicado na revista científica Journal of Environmental Chemical Engineering, os pesquisadores apontam que a molécula de Tansulosina sofre degradação considerável quando irradiada diretamente com radiação ultravioleta (de 254 nm), observação que é suportada e complementada com as informações provenientes dos cálculos computacionais realizados através da utilização de abordagens baseadas em mecânica quântica.
“Por outro lado, há trabalho científico na literatura relatando que a Tansulosina não foi degradada quando se utilizou um aparato composto pela combinação de luz UV com um material compósito que, anteriormente, tinha sido empregado (com sucesso) como fotocatalisador na degradação de outras duas substâncias”, destacou o Dr. Gabriel Luiz Cruz de Souza, coordenador do projeto e professor do Centro de Ciências da Natureza da UFSCar e dos programas de pós-graduação em Química e Física da UFMT.
Contaminação, meio ambiente e saúde
Iuri Neves Soares, coautor do trabalho, reforçou que a pesquisa aborda uma das formas de redução da concentração de resíduos produzidos pela atividade humana, especificamente a degradação de substâncias através da interação destas com radiação eletromagnética, de forma geral luz, mas também considerando radiações não-visíveis.
“A princípio a pesquisa não está propondo um novo método mas sim está avançando os conhecimentos em um destes, trazendo investigações úteis em dos possíveis métodos já datados na literatura que é a fotodegradação. A Tansulosina demonstrou experimentalmente considerável degradação numa faixa de radiação acima (energeticamente) da cor violeta, enquanto isso o trabalho teórico explorou os modelos existentes para cálculo e compreensão dos fenômenos relacionados a fotodegradação”, destacou, sugerindo que o avanço na compreensão teórica do fenômeno da fotodegradação há de ser útil em futuras pesquisas, servindo como um guia para o planejamento da fotodegradação de outras substâncias.
O grupo também sinalizou que outras drogas amplamente utilizadas representam um problema ainda maior, pois suas concentrações podem atingir níveis elevados em rios e lagos, mesmo após passarem por várias etapas de tratamento de efluentes.
De uma perspectiva geral, vários estudos envolvendo metodologias de degradação fotoinduzida têm sido apresentados como uma forma eficaz de tratar águas contaminadas. Esses estudos visam transformar moléculas complexas (e tóxicas) em constituintes estruturais (e não tóxicos) mais simples, devido a processos decorrentes da interação da radiação com a matéria. Sobre a temática, Gabriel de Souza abordou que, de forma geral, os termos ‘contaminantes emergentes’ ou ‘contaminantes de preocupação emergente’ podem referir-se a muitos tipos diferentes de produtos químicos, incluindo produtos de higiene pessoal, de limpeza doméstica, agrícolas e medicamentos.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Mato Grosso.
Fonte: Luiz Carlos Bezerra, UFMT. Imagem: Divulgação.
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