Notícia

Pesquisa interdisciplinar produz novo biomaterial para regeneração de ossos

Trabalho foi relatado em artigo publicado neste mês na revista Journal of Applied Polymer Science

Divulgação

Fonte

Jornal da Unicamp

Data

quarta-feira, 6 novembro 2019 09:15

Áreas

Biotecnologia. Inovação. Sustentabilidade.

Em pesquisa realizada conjuntamente na Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, o Laboratório de Ciência e Tecnologia de Polímeros (área das engenharias) e o Laboratório de Biotecnologia (área da saúde) conseguiram produzir e avaliar o grau de toxicidade de um novo biomaterial que apresentou resultados promissores para futuras aplicações na regeneração de tecidos ósseos. É o primeiro passo de uma investigação científica que exige mais investimento para novos testes, inclusive em animais e humanos, até que o produto possa chegar ao mercado. O desenvolvimento foi relatado em artigo publicado neste mês na revista Journal of Applied Polymer Science,  revista com grande visibilidade internacional da área.

Trata-se de uma nova membrana de poliuretano produzida por rotofiação (veja detalhamento abaixo), a qual não apresentou nível tóxico em contato com osteoblastos in vitro, ou seja, tem boa interação com células envolvidas na formação dos ossos do corpo humano. A membrana é um tipo de rede muito fina, estruturada para permanecer temporariamente no corpo. O biomaterial dá suporte para o crescimento de novas células até a completa regeneração do tecido e vai se degradando ao longo do processo, até desaparecer completamente.

A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo Fundo de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão da Unicamp (FAEPEX).

Biomateriais são desenvolvidos em laboratórios e comumente utilizados na área da saúde para substituir total ou parcialmente tecidos ou órgãos do corpo humano que tenham perdido suas funções. Os mais comuns atualmente são os polímeros e os metálicos, já que também são capazes de estimular a regeneração de um tecido danificado.

Os dois laboratórios envolvidos na pesquisa são vizinhos de parede, mas foi na sala de café da Faculdade que Laís Pellizzer Gabriel, docente de Engenharia de Manufatura e Augusto Ducati Luchessi, professor da disciplina de Biologia Celular e Molecular , se conheceram pessoalmente e começaram conversas que possibilitaram o início da parceria para a pesquisa. “O momento do café serve para espairecer um pouco das horas seguidas de forte concentração no laboratório e normalmente é quando os encontros e diálogos acontecem e as novas ideias surgem. Foi assim que aconteceu conosco”, conta Laís.

Durante dois anos, os professores pesquisadores – assim como suas orientandas, a mestranda Isabella Rodrigues (primeira autora do artigo) e a doutoranda Letícia Tamborlin – trabalharam conjuntamente elaborando o projeto de pesquisa e realizando tanto as análises das propriedades morfológicas, térmicas e físico-químicas da nova membrana, quanto aquelas que determinaram o comportamento das células em contato com o biomaterial.  Os professores explicam que  avaliação da toxicidade é a primeira e mais importante análise a ser feita quando se tem um novo biomaterial e que há vários parâmetros para determiná-la corretamente, muitos dos quais desconhecidos por especialistas em engenharia de materiais. “Participando de um congresso sobre novos materiais organizado por engenheiros, percebi que normalmente eles utilizam somente um ou dois parâmetros para avaliação da toxicidade, que são importantes e obrigatórios, porém insuficientes para uma avaliação mais completa. São essas avaliações complementares que estamos colocando em prática”, explica Augusto.

O Laboratório de Biotecnologia, que ele coordena, utiliza rotineiramente diferentes  técnicas de avaliação da expressão de genes, que são muito importantes para caracterizar a interação dos biomateriais desenvolvidos pela Profa. Laís. “A parceria com a Profa. Laís está sendo muito gratificante e motivadora. Percebemos que nossa estrutura pode ser utilizada para outras linhas de pesquisa, favorecendo a interdisciplinaridade e inovação na unidade”.

Acesse a notícia completa na página do Jornal da Unicamp.

Fonte: Cristiane Kampf. Imagem: Cristiane Kampf | Antoninho Perri.

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