Notícia
Pesquisa cria produto para análise de águas contaminadas
Trabalho recebeu prêmio Severino Meirelles
Divulgação, UFMT
Fonte
UFMT | Universidade Federal de Mato Grosso
Data
terça-feira, 29 março 2022 15:10
Áreas
Agricultura. Engenharia Hídrica. Qualidade da Água. Química. Toxicologia.
A contaminação da água pelo uso de agrotóxicos é uma preocupação em diversos lugares, incluindo Mato Grosso, que tem destaque no agronegócio mundial. Uma das formas de evitar que isso se torne um problema de saúde pública é fazer o monitoramento da qualidade da água. Mas, para isso, é necessário realizar o preparo adequado das amostras, pois outros elementos agregados podem prejudicar os resultados.
Sabendo que a sílica – mineral dióxido presente na areia e comumente utilizada na técnica de extração em fase sólida (SPE) – possui algumas desvantagens, José Matheus Cardoso Santa Brígida, estudante do curso de Química da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), sob orientação da professora Dra. Carla Grazieli Azevedo da Silva, desenvolveu um material sorvente a base de sílica titanizada e PMODS [poli(metiloctadecilsiloxano)], para a análise de amostras de águas contaminadas com os agrotóxicos mais aplicados nas culturas de soja, milho e algodão.
O estudante contou que a sílica é uma opção economicamente viável para preparar as amostras, mas tem seu uso limitado a uma faixa específica de acidez e temperatura, fora da qual já não apresenta os mesmos resultados. “Nosso trabalho buscou modificar a superfície da sílica cromatográfica, por meio da metalização de sua estrutura com titânio, e da sorção de um polímero, o PMODS, para que eles pudessem atender as características desejadas para utilização na extração por SPE de agrotóxicos de matrizes aquosas, como água de rio, efluentes domésticos ou industriais”, disse José Matheus.
A orientadora explicou que na técnica de SPE é possível a remoção do que não é desejado na amostra, e é possível promover a concentração dos analitos de interesse, neste caso os próprios agrotóxicos. “Essa técnica, a SPE, utiliza materiais sorventes, que são sólidos capazes de sorver, ou ‘absorver’, alguma substância, separando apenas aquelas de interesse do restante da amostra a ser analisada”, complementou a professora.
Os estudos demonstraram a alteração na parte química do material produzido, apresentando bom custo-benefício em seu desenvolvimento. “É possível com o material sorvente que produzimos realizar análises de matrizes aquosas contaminadas em faixas de pH diferentes, o que a sílica não modificada não apresenta”, disse a pesquisadora.
Esse trabalho de pesquisa é um dos premiados no Prêmio Severino Meirelles da UFMT, uma honraria conferida aos melhores trabalhos de iniciação científica e tecnológica. A cerimônia de premiação ocorreu virtualmente nos dias 21 a 23 de fevereiro de 2022, com apresentações ao vivo dos vencedores.
A pesquisa foi realizada de agosto de 2019 até 2021, no Departamento de Química da UFMT, Campus de Cuiabá. O estudo teve a parceria do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Mato Grosso.
Fonte: Luiz Carlos Bezerra, UFMT. Imagem: Divulgação, UFMT.
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