Notícia

Novo estudo revela deposição de mercúrio tóxico acima do esperado em floresta

Pesquisa inovadora lança luz sobre o papel das florestas na transferência de poluentes atmosféricos para o meio ambiente

Divulgação, Universidade de Massachusetts

Fonte

Universidade de Massachusetts

Data

sexta-feira, 16 julho 2021 06:50

Áreas

Engenharia Florestal. Monitoramento Ambiental. Saúde.

O mercúrio tóxico está sendo depositado nas florestas em quantidades muito maiores do que se pensava anteriormente, o que representa uma preocupação para a saúde e o bem-estar das pessoas, da vida selvagem e dos cursos de água, de acordo com um cientista da Universidade de Massachusetts (UMass) em Lowell, nos Estados Unidos.

A equipe de pesquisadores liderada pelo professor Dr. Daniel Obrist, chefe do Departamento de Ciências Ambientais, Terrestres e Atmosféricas da UMass, realizou uma medição abrangente do acúmulo de mercúrio em uma floresta, incluindo a deposição da forma gasosa do elemento. As florestas constituem os ecossistemas terrestres mais abundantes, produtivos e difundidos do mundo.

“É o primeiro estudo que cobre, no nível do ecossistema, o quadro completo da deposição de mercúrio em qualquer sítio florestal do mundo”, disse o Dr. Obrist.

“As plantas absorvem o mercúrio gasoso da atmosfera por meio de suas folhas, por meio de seus estômatos (poros) e, conforme as plantas perdem as folhas ou morrem, basicamente transferem esse mercúrio atmosférico para os ecossistemas. Os depósitos de mercúrio nas florestas acabam desaguando em córregos e rios, terminando em lagos e oceanos”, explicou o pesquisador.

Os dados da equipe, que foram coletados em uma floresta no centro-norte de Massachusetts, mostraram o papel pronunciado e dominante do mercúrio gasoso para deposição anual, totalizando 25 microgramas de mercúrio por metro quadrado de floresta, o que  é cinco vezes maior do que o mercúrio depositado pela chuva e neve, de acordo com o Dr. Obrist.

“Nossa deposição gasosa observada é responsável por 76% da deposição total de mercúrio da atmosfera. Também é três vezes maior do que a deposição de mercúrio através da queda de folhas mortas que caem no chão no outono, o que já foi usado como uma referência para estimar a deposição de mercúrio gasoso em florestas “, observa ele.

Os resultados do projeto serão publicados na edição de julho da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Compreendendo o Ciclo de Mercúrio

O Dr. Daniel Obrist e colegas mediram a absorção de mercúrio gasoso na Floresta Harvard em Petersham, Massachusetts, por quase 16 meses. O local é uma floresta decídua temperada de quase 4.000 acres, onde árvores de folha larga, como o carvalho vermelho, perdem suas folhas todos os anos.

A equipe instalou linhas de entrada conectadas a analisadores de fluorescência atômica para medir mercúrio gasoso, bem como foram instalados outros sensores automatizados na torre de pesquisa de 30 metros de altura existente na floresta em várias alturas, de cima da copa das árvores até perto do chão da floresta. Combinando esses dados com medições de turbulência da baixa atmosfera, a equipe pode quantificar diretamente as trocas de mercúrio gasoso.

De acordo com o Dr. Obrist, outros pesquisadores tentaram medir a deposição de mercúrio na floresta coletando resíduos de plantas e medindo a concentração de mercúrio no material vegetal. “O que descobrimos é que estes resíduos vegetais foram responsáveis por apenas um terço do fluxo de deposição de mercúrio que medimos com nosso método que usa a torre. Medir apenas as folhas que caem perde grande parte da outra biomassa que está na floresta. Há galhos de árvores que caem, musgos e líquens no chão da floresta que absorvem mercúrio e troncos de árvores que caem ou são derrubados durante tempestades com vento. A queda de folhas fornece uma imagem muito incompleta de todo o fluxo de deposição que está acontecendo no nível da floresta. ”

A deposição de mercúrio medida pela equipe do Dr. Obrist advém da absorção combinada das plantas e no solo da floresta.

Um Potente Poluente Neurotóxico

O mercúrio é um poluente ambiental altamente tóxico que ameaça peixes, pássaros, mamíferos e humanos. Vastas quantidades são liberadas na atmosfera a cada ano por usinas de carvão, bem como por meio da mineração de ouro e outros processos industriais, e o poluente é distribuído por ventos e correntes em todo o mundo. A exposição prolongada ao mercúrio, ou o consumo de alimentos contendo altos níveis do poluente, pode causar problemas reprodutivos, imunológicos, neurológicos e cardiovasculares.

A deposição global total de mercúrio na terra é estimada atualmente em cerca de 1.500 a 1.800 toneladas métricas por ano, mas pode ser mais do que o dobro se outras florestas mostrarem níveis semelhantes de deposição.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Massachusetts (em inglês).

Fonte: Edwin L. Aguirre, Universidade de Massachusetts. Imagem: Divulgação, Universidade de Massachusetts.

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