Notícia

Nova pesquisa indica que floresta amazônica pode enfrentar secas severas até o final do século

Aumento da seca durante a estação seca ameaçaria ainda mais a viabilidade de grandes partes da floresta tropical

Pixabay

Fonte

Universidade de Leeds

Data

segunda-feira, 28 junho 2021 06:20

Áreas

Desmatamento. Engenharia Florestal. Geociências. Mudanças Climáticas.

Um estudo internacional liderado pela Universidade de Leeds, no Reino Unido, alerta que grandes áreas na parte oriental da Amazônia devem enfrentar secas severas até o final do século se não forem tomadas medidas para conter as emissões de carbono. Como resultado, grandes quantidades de dióxido de carbono seriam liberadas da floresta para a atmosfera, aumentando o efeito estufa e impulsionando mais mudanças climáticas.

O aumento da seca durante a estação seca ameaçaria ainda mais a viabilidade de grandes partes da floresta tropical, já que as árvores já sofrem com o estresse hídrico e há maior risco de incêndios florestais. As secas previstas também podem ter consequências de longo alcance para o ciclo da água na Amazônia, a biodiversidade e a população que vive na região.

Os resultados, publicados na revista científica Environmental Research Letters, preveem reduções nas chuvas que são comparáveis ​​à seca observada durante secas severas em 2005 e 2010. A equipe de pesquisa examinou os fatores que regulam o processo pelo qual as florestas transferem água do solo para a atmosfera – conhecido como evapotranspiração.

A Dra. Jessica Baker, da Escola da Terra e Meio Ambiente da Universidade de Leeds, liderou o estudo. “As pessoas no Brasil e em todo o mundo estão justamente preocupadas com o que o futuro reserva para a Amazônia e seu valioso estoque de carbono e biodiversidade. A Amazônia está sob risco das ameaças tanto do desmatamento quanto da mudança climática. Este novo estudo lança luz sobre como o clima da Amazônia pode mudar sob um cenário de aquecimento extremo”, destacou a Dra. Jessica Baker.

“Proteger e expandir as florestas existentes – que absorvem e armazenam carbono – é de suma importância para combater as mudanças climáticas. A bacia amazônica contém a maior floresta tropical do mundo e desempenha um papel fundamental nos ciclos globais de carbono e água”, continuou a pesquisadora.

No entanto, os modelos climáticos existentes discordam sobre se a Amazônia ficará mais úmida ou mais seca. Isso torna difícil para os formuladores de políticas preverem secas futuras, avaliarem os riscos de incêndios florestais ou planejarem estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

A equipe de pesquisa analisou os resultados de 38 modelos climáticos conhecidos da Amazônia. Ao descartar as previsões climáticas de modelos não realistas, os padrões de mudanças futuras nas chuvas na Amazônia se tornaram mais claros. De acordo com o novo estudo, apenas um terço dos 38 modelos reproduziu corretamente as interações entre a atmosfera e a superfície da terra mostradas anteriormente pelo trabalho de campo na Amazônia.

Ao focar neste grupo menor de modelos, a incerteza nas mudanças de precipitação em toda a bacia amazônica foi reduzida pela metade.

Previsão de chuva

Este grupo de modelos mostrou ampla concordância na previsão de mudanças futuras nas chuvas, com severa seca esperada na Amazônia oriental nos próximos 80 anos, e, inversamente, aumento nas chuvas na bacia ocidental.

O Dr. Caio Coelho, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi coautor do estudo. “É importante entender como o clima da Amazônia pode mudar no futuro. Este estudo mostra que a redução das chuvas na estação seca em partes da Amazônia pode ser semelhante à seca observada durante as grandes secas da Amazônia de 2005 e 2010, que causou mortalidade generalizada de árvores e teve grandes impactos para as comunidades amazônicas”, concluiu o Dr. Caio Coelho.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Leeds (em inglês).

Fonte: Ian Rosser, Universidade de Leeds. Imagem: Pixabay.

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