Notícia
No Acre e nos Andes, USP fará medições detalhadas da poluição na Amazônia
USP instalou equipamentos para coletar informações sobre composição química dos poluentes; estudos já mostram danos ao ambiente e à saúde da população
Divulgação, Hervé Théry, USP
Fonte
Jornal da USP | Universidade de São Paulo
Data
quarta-feira, 28 novembro 2018 14:50
Áreas
Desmatamento. Qualidade do Ar. Queimadas, Saúde.
Uma das principais fontes de poluição do ar no Brasil são as queimadas na floresta amazônica. Os poluentes atmosféricos avançam nas Cordilheiras dos Andes e viajam ao Sul do Brasil, alterando o meio por onde passam e afetando a saúde das pessoas. Para analisar a composição química destes poluentes durante a estação da seca, e poder entender os danos em maior profundidade, o Instituto de Física (IF) da USP, em parceria com a Universidade Federal do Acre (Ufac) e a Universidade Mayor de San Andres, Bolívia, instalou equipamentos de medidas de emissões de queimadas em Rio Branco, no Acre, e em Chacaltaya, nos Andes.
Já há estudos mostrando que as emissões de fuligem e de material particulado afetam a saúde de milhões de pessoas na Amazônia e no Brasil central. Mas segundo o Dr. Paulo Artaxo, pesquisador do IF, até o momento não existiam medidas contínuas e regulares da qualidade do ar na região. No Acre, os instrumentos ficarão instalados por três meses e, em Chacaltaya, por um ano. Os equipamentos possibilitarão a análise de aerossóis e gases, medidas do balanço radiativo atmosférico e de compostos que sabidamente afetam a saúde da população – como o black carbono (produzido por combustão incompleta de biomassa), o ozônio e os óxidos de nitrogênio, dentre outros.
Os pesquisadores irão coletar ainda, como subsídio, dados de saúde pública e mapear a rota da fumaça para saber como ela afeta o ecossistema andino, em Chacaltaya, um dos pontos mais altos dos Andes Bolivianos, a cerca de 5.240 metros. “Na região amazônica, as concentrações de materiais particulados são extremamente elevadas, atingindo valores quatro a cinco vezes mais altos do que medimos na região central de São Paulo. No período de seca, de agosto a novembro, aumentam as internações hospitalares devido a doenças respiratórias e há aumento da mortalidade”, diz o Dr. Artaxo.
A maioria das pesquisas científicas que relacionam poluição atmosférica à saúde humana enfoca, sobretudo, doenças respiratórias e cardiovasculares, mas já há evidências que demonstram que a poluição também acarreta outros problemas, pois vários compostos emitidos são cancerígenos. O artigo Biomass burning in the Amazon region causes DNA damage and cell death in human lung cell, de que o Dr. Artaxo é coautor, aprofunda melhor esta questão. Neste estudo sobre queimadas da biomassa na floresta amazônica, os pesquisadores mostraram os mecanismos pelos quais as substâncias que entram nos pulmões causam inflamação e danos genéticos nas células pulmonares.
Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.
Fonte: Ivanir Ferreiro, Jornal da USP. Imagem: Divulgação, Hervé Théry, FFLCH.
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